"Nessa época a autoridade não se impunha como poder carrancudo, altivo, peremptório; não ordenava de espada nua ou de pena pronta a ferver em ira, embófia e inconsideração; preferia aconselhar e orientar e empregava palavras de respeito para com os súbditos; era também amor... De seus dizeres e actos desprendia-se uma transcendente visão da vida e um apreço bem português, bem da nossa alma, pela condição humana. Em suma, a autoridade legítima! E tão legítima que a pessoa dela investida aparecia, como homem, entre homens fieis e não necessitava de aplicar ao rosto, convencionalmente, a máscara do mando impecável, infalível, divinatório. ..... Eram desta grandeza moral os homens da «inclita geração» e os que deles descenderam ou se educaram nos mesmos valores espirituais e históricos!"
Ernesto Gonçalves in Portugal e a Ilha
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