domingo, 22 de novembro de 2009

AVEIRO, CAPITAL JUDICIÁRIA - JORGE FERREIRA

O último artigo escrito pelo Jorge Ferreira. Realço a habitual clarividência, que manteve até ao fim, apesar da doença!

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro



AVEIRO, CAPITAL JUDICIÁRIA

1. O PROCESSO.

Quis o sortilégio jurídico-processual do Estado que Aveiro fosse inscrita nos mapas oficiais também como capital judiciária transitória. Era a capital da Luz, era a capital da Ria, era a capital do sal, era a capital dos ovos moles, era a capital da oposição à ditadura, era a capital do debate e da polémica, agora tem mais.

E fica-lhe bem, a Aveiro, terra de ancestralidade e profundas raízes republicanas ter a oportunidade de dar um exemplo à República de combate à corrupção, que fique nos anais da história política da cidade. Ainda mais nas vésperas das comemorações do centenário da República que para o ano ocorrem.

Até agora o DIAP de Aveiro, o Tribunal do Baixo Vouga e o Tribunal de Instrução Criminal de Aveiro estão de parabéns pela forma célere, eficaz, desespectacularizada e o mais sóbria que é possível, tem conduzido o diálogo do órgão de soberania Tribunais e demais autoridades judiciárias, se tem relacionado com a opinião pública. Merece especial encómio a forma segura, esclarecedora e consistente como o Juiz Presidente do Tribunal se tem dirigido à opinião pública, bem distante do pornográfico atabalhoamento dos dias de brasa da Casa Pia.

2. A CORRUPÇÃO.

Desde que se começou a perceber que não havia ninguém imune a uma perseguição a alta velocidade pelas viaturas da Polícia Judiciária, mesmo daqueles que são visitas de casa de toda a gente, muita coisa mudou. E a primeira coisa que mudou foi a atitude política das pessoas que granjearam notoriedade pública. Aquela espécie de imunidade mediática, que não jurídica, de que até então tinham beneficiado, mesmo que tivessem o cartãozinho do partido, da seita, do clube algarvio com validade 15 de Julho/15 de Agosto, terminara.
A partir do caso Casa Pia, os políticos portugueses inventaram uma frase que repetem até à náusea mas fazendo-o muito conscientemente pelo efeito de repetição que sabem vir a ter no subconsciente eleitoral do país, e que tem servido às mil maravilhas não para subverter resultados eleitorais, mas para esconder uma coisa pior: os actuais políticos portugueses não querem combater a corrupção porque sabem onde ela está, porque são cobardes e não denunciam, porque são cúmplices e também beneficiam, porque têm um desprezível conceito do bem comum, porque não têm valores, apenas interesses, porque nalguns casos têm medo e ter medo é humano (há histórias de correctivos nocturnos e alguns acidentes rodoviários estranhos nos últimos anos) e, neste caso, interesses é sinónimo de dinheiro, carteira, notas, contas bancárias, offshore.

A frase é “À Política o que é da Política, à Justiça o que é da Justiça.”

Sempre que surje uma suspeita, uma dúvida, uma diligência na Justiça, os microfones do decreto eleitoral, hoje chamados canais de televisão por cabo todos diferentes e todos iguais, fazem a ronda das sedes dos partidos e invariavelmente fazem a metódica e higiénica recolha da frasezinha fatal e indispensável para sossegar a consciência do regime. Paulo Portas, que rapinou 60000 fotocópias do gabinete, que fez ruinosos negócios de Estado com equipamento material como submarinos e helicópteros estragados, material com contrapartidas ainda por apurar, cujo partido também foi financiado pelo novo “Rei da Sucata” é useiro e vezeiro no uso desta lenga-lenga corrupteira para ver se se esquecem dele e consegue passar pelos pingos da chuva.
Ora, o que é que isto significa, tudo bem descascadinho? Significa que os jornalistas devem largar o assunto e deixar a Justiça funcionar com os inúmeros casos em curso plurianual de actividades, como submarinos, contratos, contrapartidas fantasmas de lesa-património nacional, sobreiros, Freeport de Alcochete, bancos sortidos, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, João Rendeiro, doping no futebol de vez em quando e para variar, tanta, tanta, coisa.

Já a oposição, se tiver juizinho, deve seguir adiante e discutir política, como o índice da pobreza, os números do desemprego, a invasão dos comerciantes chineses, os incêndios no Verão e as cheias do Inverno. E é melhor que seja assim, porque há sempre dossiers novos prontos a sair para quem se portar mal. E assim tem sido.

Sugere-se, desde já, que em Aveiro se deixem de escutas e de escutinhas, por que com o fogo, os alvos e os senhores importantes que têm amigos chamados Joaquins não se pode brincar. Os magistrados do DIAP de Aveiro deveriam, sim, prosseguir as investigações e esquecer as malfadadas escutas, que apenas servem à oposição e prejudicam a governação do país.

Deixem o Primeiro-Ministro de Portugal governar. À Política o que é da Política, à Justiça o que é da Justiça.

Uma sumária leitura dos clássicos ensina-nos como todos viam o poder exercido para o bem dos outros como o exemplo do Governo virtuoso e o poder exercido para o bem próprio, como o exemplo do Governo pecaminoso. Interessava o carácter, não o botão da junta de boi que arava a terra. Agora, não. Pode ser-se um crápula e fazer um bom botão. E pode ser-se uma pessoa séria absolutamente desastrada com as maravilhas da técnica.

Permitam os leitores uma pequena incursão de memória: lembram-se da acusação feita ao Governo de José Sócrates tentar comprar a TVI antes do episódio Moura Guedes? Lembram-se que foi através de uma fuga de informação que se soube da operação? E também se lembram que Manuela Ferreira Leite, em Junho passado, disse taxativamente que José Sócrates estava a mentir quando afirmou nada saber sobre a negociata? E que não foi desmentida?

3. BATER NO FUNDO.

Esta semana trouxe-nos, enfim, o episódio final na triste sucessão de equívocos, desconfianças, suspeições, incompreensões, ordens por explicar e por cumprir, em que a Justiça desgraçadamente se transformou. Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e Fernando Pinto Monteiro, procurador-geral da República, em acesa disputa, tu cá tu lá, nas ruas, à entrada e saída de prédios, de escadas, de carros, de aeroportos, eu sei lá que mais…, debateram-se em duelo institucional deprimente sobre a melhor explicação a dar a propósito do destino final para as escutas das conversas telefónicas de José Sócrates com pelo menos um amigo, onde, alegadamente se faziam combinações sobre um “amigo Joaquim”, que alegadamente precisaria de umas coroas para um negócio que Sócrates afirmara desconhecer.

Os indícios de corrupção alargada ao mais alto nível do Estado estão aí para quem os quiser ver e escrutinar. Nos últimos trinta anos de Democracia, governos de esquerda e de direita estiveram sob a mira criminal e debaixo do escrutínio dos media. Depois dos sucessivos casos que saltaram para a ribalta pública, bem como dos sinais de alarme escarrapachados nos relatórios de organizações internacionais, o poder político continua impune e indiferente, apesar das constantes palavras vãs e mansas.

A realidade é o que é, mas ninguém pode ficar indiferente à tentativa de desvalorização da investigação criminal que continua a fazer, lentamente, um caminho infame. Em vez de responsabilizar os sucessivos governos que têm o poder de legislar e de exigir responsabilidades, aqui e ali, sobretudo quando os escândalos chegam à opinião pública, surgem imediatamente os ataques aos investigadores criminais e magistrados. Normalmente, e apesar de existirem alguns fundamentos para esta avaliação, a verdade é que quem tão selectivamente aponta o dedo a quem combate a corrupção na primeira linha não tem o mesmo critério na exigência ao governo de leis claras e atribuição de meios adequados para responder à sofisticação do crime de 'colarinho branco'. Com o desenvolvimento da operação "Face Oculta", a actualidade revelou um novo e surpreendente patamar de debate, que passa por reduzir o combate à corrupção a uma mera questão de moralização do sistema, supostamente levada a cabo por heróis imbuídos de um espírito messiânico.

Ora, o combate à corrupção começa justamente por ser um caso de política antes de poder vir a ser um caso de polícia, porque se trata justamente de saber se quem tem por obrigação escolher outros sabe escolhê-los ou se qualquer valdevinos serve. Não é uma questão de moralidade e de coragem, é um caso seriedade, de competência, de justiça social, de perseguir quem rouba o dinheiro do bolso dos outros. Que não haja qualquer confusão: há uma diferença abissal entre pugnar por mais justiça social, com mais solidariedade e menos corrupção, e pactuar, quiçá promover a gritante promiscuidade e tráfico de influências que estão na origem da corrupção.

4. AS REFORMAS.

Desde o caso Casa Pia o Portugal político assistiu a um fenómeno novo. Sempre que elementos do PS são processualmente visados em processos de investigação criminal as leis mudam. Não se percebe porquê, porque se trata muitas vezes de alterações sem paternidade assumida, cheiram a soluções cirúrgicas para vir a permitir mais tarde resolver problemas em processos concretos que já se sabem que irão surgir. Traduzem-se em propostas de lei supersónicas, apresentadas, votadas e aprovadas no Parlamento em poucos dias e que entram em vigor quase de imediato, para blindar desde logo a ordem jurídica. Foi justamente o que sucedeu com as duas últimas leis de alteração do Código de Processo Penal e do Código Penal. Mas pronto, deixemos então à Justiça…

O PS, com o apoio do PSD, que votou a favor e com o apoio do CDS, que também votou a favor, tornou-se no campeão da subversão política da ordem jurídica. Legisla-se a quente, para safar a pele de alguém e não porque se trate de uma solução-técnico-jurídica JUSTA.

5. O SEGREDO DE JUSTIÇA.

Não deve haver tema mais debatido em Portugal nas televisões, nos jornais, nas rádios, nas revistas especializadas, nas colunas dos periódicos, do que o segredo de justiça. Não deve haver norma processual penal mais violada em Portugal nos últimos anos do que o que regula o segredo de justiça. A natureza humana tem um irresistível impulso para a espreita da fechadura, subir muros de segredos. Compreender o regime jurídico do segredo de justiça em processo penal nos últimos trinta anos em Portugal deveria ser disciplina de natureza esotérica obrigatória autónoma nos cursos de Direito. O problema agora, e nasce sempre um problema quando se resolve outro, é saber o que fazer às escutas em que são apanhados titulares de altos cargos públicos. Um diz que mandou destruir, mas não foram destruídas. Outro diz que recebe certidões a pedaços. Tudo nas pantalhas do prime-time, para tristeza de que aspira a viver num país com um módico de decência e confiança nas instituições. Esta semana Portugal viveu num deplorável estado de sítio judiciário. A proposta óbvia é: congelamento legislativo até à consolidação de um quadro normativo claro, que todos percebam e saibam aplicar.

6. O FUTURO.

Não é fácil resolver o problema de desconfiança em que a Justiça se deixou colocar neste últimos anos. Proibir a legiferancia durante cinco anos para permitir a consolidação da ordem jurídica? Mudar os protagonistas, todos provenientes de corporações que se protegem umas aos outras para garantir a velha vindima duriense antes do regresso aos processos a 15 de Setembro? Fixar interpretação jurisprudencial das leis que elimine a estupefacção cidadã sobre como dois casos iguais podem ter duas soluções diferentes na decisão jurisprudencial, evoluindo, embora gradualmente para um sistema de precedente judiciário? Não sabemos. Há decisores políticos escolhidos para decidir. Que o façam e, sobretudo, que o expliquem bem para que não seja necessário dicionário.

7. O SISTEMA PARTIDÁRIO.

Está aqui o nó górdio do problema. É aqui que se começa. Uns cupões de gasolina por um favorzito na segurança social. Uma influencia no notário para uma facilidade na conservatória. Um toque no primo para um recebimento nas Finanças e por aí acima. A carreira interna vai-se fazendo. Descobrem-se contratos, notas, malas, luvas, comissões, offshore, sudokus de datas de despachos, de autorizações, de vistos, de datas, de ginásticas que podem render milhões, tudo à sombra de crescente impunidade e, assim, de irresponsabilidade.

Isto não se combate, sobretudo num país de amigos de café, de primos afastados, de família chegada sentado numa secretária à espera de uma manchete de um qualquer semanário que saia no dia seguinte, para recomeço da rambóia. Resolve-se com iniciativa e sem medo. Se com um cefalópode gigante siciliano é possível, com uma alforreca algarvia deverá bastar um mandado de busca e apreensão, desde que evidentemente a vítima seja avisada na véspera para queimar uns papéis na lareira.

O último desespero se tudo falhar: a campanha negra. A espionagem. A conspiração. Sócrates também já tentou esta. Não resulta. Quando a credibilidade se esfuma não há argumento que resista.

8. UM HOMEM DO AZAR.

Desde que Sócrates chegou ao poder que a Justiça tomou conta das suas sucessivas trapalhadas, mostrando que a carreira política do Primeiro-Ministro se construiu na base da confusão. A SOVENCO, os projectos da Cova da Beira, assinados por Sócrates mas ainda não se sabe feitos por quem, uma licenciatura fast-food, que mete fax’s ao Domingo, notas sobre trabalhos universitários risíveis, confusões na explicação do curriculum oficial sucessivamente alterado nos serviços parlamentares, esquecimentos de sócios ilustres em negócios com Felgueiras e Vara, discrepâncias em valores de compras de casas, em prédios de luxo em plena Lisboa, um ror de trapalhadas e mentirolas no processo mal cheiroso do Freeport de Alcochete longe do seu termo, e ainda mais umas coisitas Ventspils, que não tardarão a chegar por aí. Nada bate certo. Nem num simples relatório de técnicos da OCDE sobre a educação em Portugal Sócrates foi capaz de enfrentar a verdade numa tarde parlamentar, em que de uma vez só destruiu o relatório, o sítio da internet do PS e as suas próprias convicções de verdade sobre o assunto.

Rematando: agora, alegadamente, o Primeiro-Ministro é comentado no estrangeiro por ter tentado, não se sabe se sim, se não, uma cunha a um amigo administrador de um banco privado totalmente dominado pelo seu Partido para safar um amigo que por sinal até tem valido bastante no sector da comunicação social. Assim uma espécie de Berlusconni, em versão interior esquecido e marginalizado. Não me surpreendeu a simpatia indisfarçável com que Sócrates esmiuçou o inenarrável Primeiro-Ministro italiano. Bate tudo cero: uma ideia de vida, de progresso, de carreira, de “subir na vida”. E isto, caros leitores, que já não tem nada a ver com maiorias, taxas de imposto, PME’s, PEC, meio milhão de desempregados, um Estado em pré-insolvência, tudo remete para segundo plano da crise nacional mais profunda que Portugal vive desde a perda dos territórios ultramarinos. Mas isso, lá está, não interessa nada.

9. O PRESIDENTE.

Portugal tem um Presidente da República eleito por sufrágio secreto, directo e universal. Acho bem. Sou presidencialista e pela mudança de sistema. Prefiro um sistema dual Parlamento-Presidente, do que a unicefalia Primeiro-Ministro e os outros satélites. Mas o nosso Presidente não tem poder. Tem dois: preocupa-se e fala e ultimamente quanto mais fala mais se enterra. Já Jorge Sampaio também se preocupava metodicamente até que numa noite implodiu um Governo de maioria no Parlamento e lavou oito anos de coisa nenhuma. Não sei, não adivinho, não cenarizo. Apenas não acredito que venha alguma coisa dali. Sampaio ainda tem o saneamento de Armando Vara no curriculum. Cavaco nem deve ter chegar a ter tempo de mandar substituir a comandante do pelotão de formigas do Palácio.

10. E A CRISE ACABOU.

Mas podemos estar todos descansados. A crise, as preocupações de Cavaco Silva, o pandemónio judiciário, tudo acabou. Mais uma vez graças aos insuperáveis socialistas, que usam revelar uma eficácia estrondosa nestas situações limite.

Reuniu um órgão de consulta do ministro da Justiça, criado há nove anos e que não era convocado há cinco anos. Dos 22 participantes qualificados, destaque para a presença do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, e do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro.

Ambos os conselheiros deixaram os jornalistas sem novidades sobre o caso do momento - as consequências jurídicas das escutas a comunicações entre Vara e Sócrates - recusando-se a prestar declarações. Os participantes que falaram à comunicação social foram unânimes em realçar o clima de degelo. Alberto Martins, uma espécie de ministro analgésico, igual a tantos que podiam recrutar nos escritórios das avenidas novas, não escondia a sua satisfação pelo clima de "diálogo auspicioso” do encontro. Martins, daqueles típicas figuras socialistas que não adiantam nem atrasam. Anunciou que o Conselho Consultivo poderá reunir-se de dois em dois meses, com quatro temas de fundo: eficácia e celeridade da justiça; repressão e prevenção criminal; acesso à justiça e confiança no sistema de justiça

O ministro da Justiça parece querer por cobro à situação de balcanização da justiça, que tem sido bem patenteada pelo clima de crispação, actualmente num pico devido aos efeitos colaterais do processo da Face Oculta e, sobretudo às escutas de conversas entre o banqueiro Armando Vara e o primeiro-ministro, José Sócrates.

Nesta conjuntura, Alberto Martins parece desejar inverter a situação e, depois de no sábado passado, se ter reunido, em Coimbra, com os membros da comissão que vai avaliar as mudanças à Reforma Penal de 2007 (aí vem outra reforma para o que é preciso…), abriu a reunião do Conselho Consultivo da Justiça, um órgão que existe há nove anos e estava paralisado há cinco anos.

Parecendo querer passar das palavras aos actos, Martins prepara-se para suspender os prazos judiciais entre os dias 15 a 31 de Julho, para suavizar as reservas que a alteração do regime das férias judiciais consumada pelo anterior Governo e anunciada por José Sócrates no discurso de posse, quando se iniciava uma legislatura com maioria absoluta do partido do Governo.

É, portanto, oficial: a crise acabou e este artigo de opinião fica obviamente sem efeito.

sábado, 21 de novembro de 2009

FALECEU O NOSSO JORGE!


Faleceu hoje em Lisboa o meu querido amigo Jorge Ferreira!

Descanse em paz!

domingo, 1 de novembro de 2009

PENSAVAM QUE AJJ SE TINHA ESQUECIDO DOS AMIGOS? TARDOU, MAS O ARMAS VAI EMBORA!

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

Operação da Naviera Armas é ilegal para o regulador
IPTM EXIGE AO ARMADOR RESPEITO PELAS REGRAS OU FICA SEM LICENÇA.
Data: 01-11-2009 Comentários: 13

O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) já concluiu o processo de averiguação quando à denunciada ilegalidade na operação de carga feita pela Naviera Armas no Porto do Funchal. E a deliberação não podia ser mais clara, pois o regulador português concluiu que o armador espanhol não está a cumprir as regras impostas pela licença. De acordo com as informações obtidas pelo DIÁRIO, ao longo dos últimos meses o IPTM esteve a recolher informação, bem como pareceres, que levam a que o regulador tenha transmitido, a 26 de Outubro, a sua deliberação ao armador canário.

Antes de ser confrontado com uma queixa em tribunal, apresentada pela Associação de Armadores da Marinha de Comércio, bem como pelas empresas portuguesas Vieira & Silveira - Transportes Marítimos e pela Boxline-Navegação, o IPTM garantiu ao nosso jornal que a operação não violava a legislação em vigor, não podendo - como pretendiam os armadores portugueses - multar a Naviera Armas pois entendeu que a conduta não configurava acto ou procedimento incluído no elenco dos factos considerados e tipificados como ilícitos contra-ordenacionais puníveis com coima.

A apresentação de um procedimento cautelar, bem como de uma queixa formal, terá obrigado o IPTM a abrir um inquérito de averiguação ao modo como a operação no Porto do Funchal decorre, chegando agora a uma constatação diferente.

Ainda sem conhecer todos os pormenores que sustentam a posição da entidade que emitiu a licença para que o armador espanhol pudesse operar entre os portos portugueses de Portimão e do Funchal, o DIÁRIO sabe que deixou de haver dúvidas de que a Naviera Armas está a incumprir o acto autorizativo que lhe permitia, em condições excepcionais, efectuar operações com carga rodada no Porto do Funchal.

As dúvidas que se têm levantado em relação à operação da Naviera Armas resulta da interpretação dada às condições em que esta foi licenciada, pois o IPTM informou o armador espanhol de que nas "escalas que efectuar no Porto do Funchal deverá aquela empresa ter em atenção que a carga rolante a transportar tenha meios próprios de propulsão (camiões) e que a carga seja movimentada em porto apenas pelo tempo estritamente necessário para o seu embarque e desembarque uma vez que o porto do Funchal não está vocacionado para o manuseio de carga".

Ao usar trelas, sem propulsão própria, a Naviera Armas não cumpriu, reconhece agora o IPTM, a obrigação explícita de usar camiões, estando esta infracção abundantemente documentada (por fotos) o que obrigou o regulador a reconhecer que as condições em que a operação foi licenciada não estão a ser cumpridas, pelo que concedeu 10 dias à Naviera Armas para se pronunciar ou, em alternativa adoptar procedimentos - uso de camiões ou de meios próprios de propulsão a bordo - que sanem o incumprimento.

LICENÇA AMEAÇADA

Nos termos da legislação portuguesa, o IPTM enviou para o agente em Portugal do armador espanhol - Navigomes - Navegação e Comércio - uma carta em que comunica ter constatado que a Naviera Armas não está a cumprir as condições impostas pela Administração de Portos da Região Autónoma da Madeira, plasmado no acto autorizativo do IPTM, concedendo 10 dias ao armador para se pronunciar, deixando claro que caso a Naviera Armas não cumpra, voluntariamente, as regras decorrentes dos termos da licença, o IPTM poderá suspender ou revogar a autorização concedida.

LICENÇA: queixa de concorrência desleal ligada aos condicionalismos operacionais

Tal como noticiamos no passado recente, a Associação de Armadores da Marinha de Comércio, bem como as empresas portuguesas Vieira & Silveira - Transportes Marítimo e Boxline-Navegação apresentaram junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa um procedimento cautelar cuja eficácia foi anulada com a evocação do interesse público por parte da APRAM e do IPTM. Contudo, o processo principal prossegue tendo os queixosos feito juntar ao processo esta recente deliberação, por entenderem que o IPTM e a APRAM reconhecem a ilegalidade da actuação da Naviera Armas por violação reiterada da sua autorização.

Embora a opinião pública não o entenda, o que está em causa é que em 2005 a Região informou os armadores que passava a ser proibido movimentar carga no Porto do Funchal. A circunstância da Naviera Armas já ter desembarcado cerca de 1.500 contentores, ou trelas equivalentes de 20 pés, facturando cerca de 2 milhões de euros - a carga já representa mais de um quarto das receitas, sendo a principal receita fora do Verão - é outro dos argumentos usados pelos armadores portugueses para sustentar a queixa de concorrência desleal, já que o armador espanhol é o único que foi autorizado a descarregar no Funchal, o que lhe garante mais valias.

Outra das polémicas tem a ver, como se destacou na peça principal, com o incumprimento da licença, emitida de forma a evitar o regresso da carga à Pontinha, já que a APRAM considera que o principal porto da cidade do Funchal se deve destinar exclusivamente para passageiros e em particular os de cruzeiro.

O que agora o tribunal vai decidir não é o conceito de carga rodada, pois esse não obriga ao uso de propulsão própria, mas sim os condicionalismos que a Autoridade Portuária madeirense entendeu impor na operação no Porto do Funchal.


Miguel Torres Cunha

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ARCO AUTONÓMICO....

Pois, pois, AJJ escreveu o que já se sabia... Quais são os partidos que estão feitos com ele...

E, por outro lado ainda, foi possível estabelecer um Conceito de “Arco Autonómico”, envolvendo o CDS, à direita do PSD, e o Partido da Terra, à “esquerda” daquele, eventual reserva credível para garantir que, por muitos anos, nem a “esquerda” radical – na Madeira, o PCP, o “bloco” e PS, todos na prática, localmente a mesma coisa - nem a extrema-direita, entrarão no controlo do Poder regional e local.

domingo, 25 de outubro de 2009

AI COITADINHO! DEPOIS DE TANTOS FRETES FEITOS A AJJ, É ESTA A PAGA QUE TEM!

Representante da República "é livre" para ir embora
"Ninguém o obriga a estar cá", diz Alberto João Jardim
Data: 25-10-2009

"O senhor Representante da República é livre, para quando não quiser estar cá, se ir embora" a afirmação é de Alberto João Jardim que comenta desta forma a vontade de Monteiro Diniz em abandonar o cargo em 2011.

Em declarações ao semanário 'EXPRESSO' o Representante da República para a Madeira diz-se que se sente de mãos atadas perante casos e polémicas sobre as quais não tem competência para agir. Farto da Madeira, Monteiro Diniz avança que pretende deixar o cargo.

Num breve comentário, diz o Presidente do Governo Regional, que "ninguém o obriga a estar cá".


GF

terça-feira, 20 de outubro de 2009

JÁ ESTOU MESMO A VÊ-LO...

O fanfarrão que faz e acontece, todo borrado no Tribunal a dizer que tudo não passou de uma brincadeira, que as ameaças eram a fingir.

Se eram, tarde demais...

sábado, 17 de outubro de 2009

A Madeira tem de corrigi-los

Perante a total impassibilidade das principais autoridades e órgãos de soberania nacionais, continuam a ocorrer apelos à violência na Madeira, por parte de apoiantes de Alberto João Jardim. Perante textos como o abaixo, como é possível haver gente que continua a defender que esá tudo bem?

Como é possível que Cavaco Silva não intervenha?


Reprodução de parte do texto do conhecido apoiante de Alberto João Jardim, Gilberto Teixeira, no Jornal da Madeira

À direita e apesar de pequeninos êxitos do CDS em zonas onde a sua implantação era conhecida, surge o PND aquela criação de Manuel Monteiro para manter-se num poder que lhe falta, a afiar as garras em Câmara de Lobos, por obra e graça do senhor Coelho, e a conquistar um Vereador na Câmara do Funchal, lugar que será ocupado por Gil Canha.

Para quem percorre as televisões do Continente e estaca na SIC a ouvir esses génios da ciência política desde Ricardo Costa, a António José Teixeira, Luís Delgado, Mário Bettencourt Resendes e outros talismãs da colecção de Pinto Balsemão, que escrevem e se duplicam no EXPRESSO, não tem dúvidas de que a Madeira tem de tentar corrigi-los. É que o episódio da zaragata na inauguração das obras em torno do Tecnopólo, foi analisado e dissecado por aqueles especialistas em manipulação, de forma acintosa e verdadeiramente imbecil.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ATÉ SE COMEM UNS AOS OUTROS...

As notícias de hoje...

Vereadores de Farinha boicotam reunião
Autarcas eleitos pelo PSD faltaram à reunião sem dar cavaco. O PS esteve em maioria
Data: 16-10-2009

O mandato de Gabriel Farinha na Câmara Municipal do Porto Moniz não terminou certamente como o presidente mais esperaria e desejaria. Os dois vereadores do PSD e colaboradores directos do presidente faltaram à reunião ordinária sem dar cavaco e sem apresentar qualquer justificação aos serviços. Farinha ficou isolado perante a maioria de Nélio Rodrigues e Fátima Cal, ambos eleitos pelo PS.

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Ismael falta à entrega das bandeiras verdes
Data: 16-10-2009

Apesar da espera que fez retardar o início da cerimónia em cerca de meia hora, Ismael Fernandes acabou mesmo por não comparecer na entrega das bandeiras verdes às escolas do Município da Ribeira Brava.

Uma ausência notada, tanto mais que o acto formal da entrega das bandeiras teve lugar precisamente no salão nobre dos Paços do Concelho, espaço este localizado 'paredes meias' com o gabinete do presidente da autarquia.

À hora marcada (10 horas) Ismael Fernandes não se encontrava no edifício camarário, e nem mesmo as diversas diligências entretanto efectuadas pela restante vereação surtiram efeito.

E quem espera desespera, acabou mesmo por ser o vereador com o pelouro do Ambiente a tomar a iniciativa de fazer 'as honras da casa', numa cerimónia onde compareceram, entre outros, os deputados eleitos pelo concelho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

VÊ-SE QUE JÁ VOLTARAM OS 3, EM GRANDE!

Há dois dias escrevi aqui:

Já faltam poucos dias para o grande regresso da Rainha de Inglaterra, do seu adjunto e da amiga íntima de ambos, a D. INCOMPETÊNCIA!

Afinal, foram necessárias apenas algumas horas para eles armarem novas confusões na Assembleia...

Não têm emenda! As confusões só podem acabar quando eles forem corridos!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

'Bocas' de Jardim provocam saída de agente da PSP



Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

Polícia natural do continente sentiu-se ofendido na sua honra e já pediu transferência

Um agente, natural do continente, oficializou esta semana um pedido de transferência para fora da Região Autónoma da Madeira, por entender que não há condições para exercer as funções policiais numa região onde o governo ofende a honra, a dignidade e a imparcialidade dos homens e mulheres que cumprem serviço no Comando Regional da PSP.

As declarações do presidente do Governo Regional nas inaugurações da semana passada, que antecederam as eleições autárquicas, 'feriram' muitas sensibilidades em praticamente toda a hierarquia do Comando.

Alberto João Jardim deixou claro que não pretendia cá polícias continentais e criticou com alguma dureza a isenção e imparcialidade da PSP, considerando que esta não o protegeu convenientemente nos actos públicos onde marcaram presença militantes do PND, numa contramanifestação que denunciava as "inaugurações eleitoralistas". A crispação política fez 'estalar o verniz' desde as altas patentes até às bases da PSP. Sobre este assunto, o porta-voz do Comando da Madeira, comissário Roberto Fernandes, já esclareceu que a instituição policial não se pronuncia sobre opiniões de entidades governamentais ou partidárias, mas isso não abafa o mal estar evidente e a indignação em praticamente todos os elementos das forças de segurança.

O agente que está de partida "é um excelente profissional que trabalha nesta região há mais de um década", refere o presidente da delegação regional da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP). A 'gota de água' chegou com as declarações polémicas de Alberto João Jardim. "Conheço o agente muito bem, ele decidiu sair depois do presidente ter dito que não queria cá polícias do continente", confirma Jorge Silva.

Embora não se possa generalizar a origem, este não é um caso único. Segundo o DIÁRIO apurou, no último ano, seis polícias destacados nas esquadras da Madeira foram transferidos, por sua manifesta vontade, para fora da Região.

23 novos não cobrem 28 saídas

Os 23 novos agentes que ontem entraram ao serviço do Comando Regional da PSP - ao abrigo do concurso nacional de reforço dos comandos do país mais carenciados - não chegam para cobrir a saída de 28 quadros do Comando da Madeira, a maioria dos quais por pré-aposentação e aposentação.

"É por isso que temos dito que 23 é um número insuficiente. São poucos para colmatar as saídas", sublinha Jorge Silva, que faz as contas: "para pré-reforma foram 14 elementos no último ano, mais algumas idas para o continente e transferências de livre vontade, dá 20. Como outros oito foram para a pré-reforma, percebe-se logo que o saldo é negativo". Por isso, diz que é um erro falar em reforço policial quando efectivamente não são contabilizadas as saídas. No espaço de um ano, o Comando Regional perdeu 28 polícias. Ontem, abriu as portas a 23 novos agentes.

A ASPP defende um plano de transferência em massa "de uma vez por todas" e não em 'conta-gotas', recordando que há ainda 79 polícias madeirense à espera de colocação por concurso. É neste contexto, onde todos são importantes, que Jorge Silva se sente agastado ao ver que há colegas seus que partem por razões ou influências externas.

ASPP aplaude actuação policial "numa fase terrível" da democracia

A ASPP não se pronunciou na semana passada (vésperas de eleições), mas vem agora a terreiro aplaudir "a actuação isenta e apartidária dos elementos da PSP que foram empenhados nas inaugurações". "A ASPP mais uma vez esteve de corpo e alma com os nossos oficias, chefes e agentes, que numa fase terrível desta jovem democracia, apresentaram-se no terreno bem preparados, mentalmente e fisicamente, mesmo depois das palavras insultuosas, vindas de alguém que devia ser o primeiro a dar o exemplo e contribuir para a manutenção da calma e da ordem", reitera Jorge Silva. À "provocação" de Alberto João Jardim, que, em comunicado, disse não reconhecer o direito ao sindicalismo às forças de segurança, Jorge Silva questiona-se se o presidente manterá a mesma opinião em relação à Polícia judiciária, uma força também ela armada. "São declarações infelizes, antidemocráticas, e aceitáveis só em outros regimes que não o nosso", classificou.


Ricardo Duarte Freitas

terça-feira, 13 de outubro de 2009

COITADOS, ESTÃO INCOMODADOS...

Comentários maldosos, ordinários ou com ameaças vão logo para o devido sítio: caixote do lixo.

O seu aumento nos últimos dias só prova que o PND incomoda muita gente...

JÁ FALTA POUCO!

Já faltam poucos dias para o grande regresso da Rainha de Inglaterra, do seu adjunto e da amiga íntima de ambos, a D. INCOMPETÊNCIA!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

BALTASAR AGUIAR na ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO FUNCHAL



Dado que Gil Canha foi eleito simultaneamente para a Câmara e Assembleia Municipal e vai assumir o cargo de vereador, Baltasar Aguiar vai ser deputado municipal.

A REALIDADE É ESTA...

O resto é conversa de chacha, principalmente vinda de quem já demonstrou variadíssimas vezes a sua incompetência e só continua na política por compadrio!

E a realidade é que o PND em quinze dias, onde concorreu na Madeira, cresceu algo entre 85 e 120 por cento!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ESCOLHA É SUA

A ESCOLHA É SUA

E POR FALAR EM CORRUPÇÃO...

De quanto terão sido as comissões pelas obras na Assembleia?

FUNCHAL - GIL CANHA CANHÃO CONTRA A CORRUPÇÃO

Que saudades...

Com as férias e as eleições a incompetência da rainha de Inglaterra e do seu adjunto não têm vindo muito ao de cima.

Mas regressam os três em breve à ribalta...

QUEIXA APRESENTADA À CNE - COMISSÂO NACIONAL DE ELEIÇÕES

Venho por este meio apresentar queixa formal contra o delegado da CNE na ilha da Madeira por violação do dever de equidistância e independência que deveria ser apanágio de qualquer representante dessa organização e por omissão de acção contra quem tem criado um clima anti-democrático na Madeira.

Com efeito, as declarações do sr. Paulo Barreto “Não há asfixia democrática, mas um excesso de liberdade que em nada dignifica a democracia ou a região” são uma clara interferência na campanha eleitoral, branqueando as agressões de que foi alvo um deputado da Assembleia Regional e tentando atirar para cima de todos o ónus do comportamento reiterado do presidente do Governo Regonal, que já deveria ter sido alvo de reprimenda por parte dessa organização.

Que fez a CNE quando Alberto João Jardim apelou várias vezes à violência contra candidatos de outros partidos? NADA!

Que fez a CNE quando o presidente do Governo Regional se dirigiu aos adversários políticos afirmando “FUCK THEM”? NADA!

Que fez a CNE quando se assiste diariamente na Madeira a aproveitamentos eleitoralistas de inaugurações de obras? NADA!

Que fez a CNE quando em recente viagem partidária da líder do PSD à Madeira esta utilizou um carro oficial para deslocações de campanha? NADA!

Estes são apenas alguns exemplos da inação do delegado da CNE que até hoje assistiu a perseguições, insultos e intimidações várias nada tendo dito. Por tudo isto, só se podem entender as declarações de hoje como uma clara tomada de posição a favor do poder regional, pelo que deverá ser censurado.



Cumprimentos,

João Manuel de Carvalho Fernandes

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CÂMARA DE LOBOS - Ele NÃO lhes vai dar sossego

ESTADO DE SÍTIO? VALE TUDO?

Imaginem o que seria se em Lisboa um deputado da Assembleia da República fosse agredido. E o que não diria o grande líder, apelidando todos de loucos...

Com a devida vénia ao Política Pura e Dura, pelas fotos





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

FUNCHAL - A PESADA HERANÇA DE ALBUQUERQUE (V)

Buracos, ruinas, obras embargadas quando já estão concluídas ou quase (só os fiscais, vereadores e presidente da CMF não viam...), esbanjamento de dinheiros públicos, compadrios e amiguismo, violações grosseiras dos PDM's, betão e mais betão, cada vez menos qualidade de vida, é este o legado de Miguel Albuquerque na Câmara Municipal do Funchal!

FUNCHAL - A PESADA HERANÇA DE ALBUQUERQUE (IV)

Buracos, ruinas, obras embargadas quando já estão concluídas ou quase (só os fiscais, vereadores e presidente da CMF não viam...), esbanjamento de dinheiros públicos, compadrios e amiguismo, violações grosseiras dos PDM's, betão e mais betão, cada vez menos qualidade de vida, é este o legado de Miguel Albuquerque na Câmara Municipal do Funchal!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

FUNCHAL - A PESADA HERANÇA DE ALBUQUERQUE (III)

Buracos, ruinas, obras embargadas quando já estão concluídas ou quase (só os fiscais, vereadores e presidente da CMF não viam...), esbanjamento de dinheiros públicos, compadrios e amiguismo, violações grosseiras dos PDM's, betão e mais betão, cada vez menos qualidade de vida, é este o legado de Miguel Albuquerque na Câmara Municipal do Funchal!


FUNCHAL - A PESADA HERANÇA DE ALBUQUERQUE (II)

Buracos, ruinas, obras embargadas quando já estão concluídas ou quase (só os fiscais, vereadores e presidente da CMF não viam...), esbanjamento de dinheiros públicos, compadrios e amiguismo, violações grosseiras dos PDM's, betão e mais betão, cada vez menos qualidade de vida, é este o legado de Miguel Albuquerque na Câmara Municipal do Funchal!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FUNCHAL - A PESADA HERANÇA DE ALBUQUERQUE (I)

Buracos, ruinas, obras embargadas quando já estão concluídas ou quase (só os fiscais, vereadores e presidente da CMF não viam...), esbanjamento de dinheiros públicos, compadrios e amiguismo, violações grosseiras dos PDM's, betão e mais betão, cada vez menos qualidade de vida, é este o legado de Miguel Albuquerque na Câmara Municipal do Funchal!

TANTO NERVOSISMO....

Andam por ai alguns senhores tão nervosos, que começo a acreditar que ainda vai ser o "partidozeco" que consegue derrubar o regime fascista!

domingo, 4 de outubro de 2009

QUANTO CUSTOU O ESTÁDIO DOS BARREIROS AOS CONTRIBUINTES PORTUGUESES?

Seria interessante neste momento eleitoral que se soubesse quanto custou o Estádio dos Barreiros aos contribuintes portugueses e qual a razão de ter sido oferecido ao Marítimo pelo Governo Regional.

Mas também seria bom saber quem vai pagar a reparação da pista de tartan, que vai ficar inevitavelmente danificada. Ou é para acabar por retirar? E não venham com a conversa de que vai ser o Marítimo... Já estou mesmo a ver mais um subsídiozinho com o argumento de que a pista é que serve verdadeiramente para o fomento do desporto regional...





terça-feira, 29 de setembro de 2009

NOVA DEMOCRACIA EM CÂMARA DE LOBOS

Anda por aí um senhor do partido de AJJ muito preocupado por o PND "só" ter tido 441 votos em Câmara de Lobos. Até já diz que foi um erro a candidatura de José Manuel Coelho.

É o mesmo senhor que andou que tempos a dizer que o resultado da Nova Democracia nas Regionais se devia ao Bexiga... E agora?

O mesmo que dizia que era "nuvem passageira" que se esfumaria rapidamente...

E se 441 votos é mau, para quem em 2005 tinha tido 229, vou ali e já venho...

Sugiro-lhe que se preocupe antes com os quase 400 votos perdidos pelo seu partido em Camara de Lobos.

Enfim, só dá para concluir como o anúncio do Pão de Açucar - Tu és rato....

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

sábado, 19 de setembro de 2009

FASCISTA É QUEM QUER IMPEDIR OS OUTROS DE FAZER CAMPANHA!



Ainda para mais, quando está a fazer campanha com inaugurações de obras pagas pelos contribuintes!

Abaixo o fascismo

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

EU APOIO JOSÉ MANUEL COELHO E A SUA MISSÃO CÂMARA DE LOBOS

Depoimento feito para o Missão Câmara de Lobos

Não posso deixar de dar o meu apoio a José Manuel Coelho porque:

Faz parte do restrito grupo de madeirenses que afronta o poder absoluto de Alberto João Jardim, não tendo medo das perseguições que são feitas na Madeira a quem tal ousa;

Não tem apego a cargos, exercendo-os apenas para defender os legítimos interesses do povo, custe a quem custar;

Se candidata por um Concelho que há largos anos se vê preterido nas prioridades do Governo Regional;

Tem feito falar de algumas freguesias, nomeadamente o Curral das Freiras, que têm sido completamente esquecidas pelo poder;

Com ele, de certeza que não seriam gastos quase cinco milhões de euros num muro de um campo de futebol;

A sua prioridade são as pessoas e o seu bem-estar;

Com ele, acabariam os concursos de fachada, com vencedor antecipadamente conhecido (e sempre o mesmo…);

Por fim, com ele, a SERIEDADE NA POLÍTICA é possível.

Por estas e muitas outras razões que seria fastidioso estar a enumerar, não posso deixar de apoiar a candidatura do Partido da Nova Democracia!


Por: João Carvalho Fernandes

Director do Jornal DEMOLIBERAL

sábado, 12 de setembro de 2009

COMO DE COSTUME, PAGA O CONTRIBUINTE!



E como de costume, a prepotência e incompetência de alguns inimputáveis vai ser paga pelo contribuinte. Para além do custo da reposição, vão ter de pagar o fabrico de material novo! E podiam evitar as desculpas esfarrapadas que deram para o ocorrido...

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

Camara do Funchal vai repor propaganda do PND-M
'Coelhos' foram retirados por lapso

A Câmara Municipal do Funchal vai repor a propaganda do PND-M que foi retirada "por lapso", disse hoje, à Agencia Lusa, o vice-presidente da autarquia, Bruno Pereira.

Na sequência de um acordo de cavalheiros com todos os partidos, ficou acordado que, no eixo da Avenida Arriaga, não haveria colocação de cartazes e, por excesso de zelo, foram retirados cartazes em outras artérias, lapso que lamentamos', explicou.

"Mas já reunimos com a força política em questão e ficou acordado que reporemos esta noite a propaganda retirada", acrescentou.

O PND-M já tinha anunciado que iria apresentar uma queixa a Comissão Nacional de Eleições.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

PND-Madeira apresenta queixa-crime contra Jardim



O deputado único do PND-M, Baltasar Gonçalves Aguiar, apresentou hoje uma queixa-crime contra Jardim por quebra de "isenção e neutralidade" ao calendarizar inaugurações para acções de campanha do PSD.

Com a devida vénia ao Diário de Notícias

O dirigente do PND acusa o presidente do PSD-M e do Governo Regional de "calendarizar inaugurações em período eleitoral" e de utilizar recursos públicos para acções dos sociais-democratas, como sucedeu terça-feira, onde Manuela Ferreira Leite seguiu no carro do executivo regional.

Além da utilização por parte da presidente nacional do PSD do carro oficial da presidência do Governo Regional na sua deslocação partidária à Madeira, a queixa-crime faz ainda alusão à ostentação na lapela do casaco de Alberto João Jardim do emblema do PSD-M em actos oficiais.

Na queixa-crime entregue hoje no Tribunal do Funchal, Baltasar Gonçalves Aguiar considera que Alberto João Jardim assume nas inaugurações funções simultaneamente de presidente do Governo Regional e de líder do PSD-M designadamente quando apela ao voto nos seus candidatos autárquicos, quando ataca as acções populares, muitas das quais apresentadas pelo próprio PND-M, ou quando injuria os adversários políticos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

FUCK THEM!

Mais uma maravilha para o best-of de AJJ!

JÁ CHEGÁMOS À MADEIRA?



Primeiro, como de costume desmentem.

Depois quando percebem que há provas, dizem que foram "só" 500 metros.

E por fim aparece o grande líder a assumir que faz com os bens dos Estado o que quer e bem lhe apetece.

Asfixia democrática? ONDE?



Com a devida véna ao Jornal de Negócios e ao Público (foto)

Alberto João Jardim
"Era o que faltava não poder convidar para o meu carro quem me apetecesse"

O líder madeirense rebateu hoje as críticas ao facto de Manuela Ferreira Leite ter usado o carro oficial do governo regional da Madeira durante uma visita partidária ao arquipélago.

António Larguesa
alarguesa@negocios.pt


O líder madeirense rebateu hoje as críticas ao facto de Manuela Ferreira Leite ter usado o carro oficial do governo regional da Madeira durante uma visita partidária ao arquipélago.

"Era o que faltava eu agora não poder convidar para o meu carro quem me apetecesse", respondeu Alberto João Jardim, citado pela Lusa, quando confrontado com as críticas do PND/Madeira à “boleia” da presidente do PSD.

Segundo Miguel Sousa, o mandatário social-democrata na região, foi o seu carro pessoal que serviu para as deslocações de Ferreira Leite na ilha, mas em pelo menos dois momentos, a líder laranja foi transportada no carro oficial do Governo regional, uma das quais na viagem ao final do dia para o aeroporto.

A visita pré-eleitoral da candidata a primeira-ministra à Madeira, a primeira enquanto líder do PSD, ficou ainda marcada pelo elogio de Ferreira Leite à democracia madeirense, onde argumenta que não há a “asfixia democrática” que se vive no continente.

Uma declaração que já originou críticas do Bloco de Esquerda e do PS, com o porta-voz socialista, João Tiago Silveira, a acusar esta tarde a ‘política de verdade’ dos sociais-democratas de não ter “credibilidade nem honestidade política”.

domingo, 6 de setembro de 2009

Maioria 'absolve' Quinta do Lorde - Francisco Leite Monteiro

Cartas dos leitores, no Diário de Notícias da Madeira

No Diário de 4 de Setembro, é antecipada uma decisão da Assembleia Legislativa, sem reparos, arquivando-se o processo, o que obviamente não pode acreditar-se.

Está em causa, um atentado para que, em diversas ocasiões, chamei a atenção e a que não posso deixar de retornar, na esperança e, por acreditar, que ainda está a tempo de ser evitado maior desastre.

A descaracterização em resultado do que já foi feito e o que representa para toda a zona que vai do Caniçal até à Ponta de São Lourenço, não pode aceitar-se, mas importa agora e acima de tudo, que seja impedida a progressão do que seria um verdadeiro desastre, para além dos cerca de 16 hectares, já autorizados para o "Quinta do Lorde Resort".

Como é óbvio e escrevi, a irreversibilidade do que bem ou mal foi autorizado, é um facto, não sendo, obviamente de assacar responsabilidade aos promotores nem de isentar eventuais prevaricadores responsáveis por irregularidades durante o licenciamento. Isso, porém, não basta. O processo não pode ser pura e simplesmente arquivado e posta uma pedra sobre o assunto, importando que além do mais, a Assembleia Legislativa alerte e acautele para a necessidade de ser "reforçada a legislação e respectiva fiscalização, por forma a pôr cobro a novas situações, não mais consentindo qualquer uso ou alteração do solo, do que resta da Ponta de São Lourenço, até ao farol", impedindo assim o alastramento da desfiguração já operada em espaço natural e de protecção ambiental, "na certeza de que, todos juntos, queremos e vamos salvar a Ponta de São Lourenço".

Francisco Leite Monteiro

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TWITTER

Agora, também estou no Twitter, com "as curtas". Do lado direito do blogue.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Razão para os comportamentos de AJJ

Descoberta razão para os (maus) comportamentos de Alberto João Jardim: Radiação UV com índice extremo no Funchal

sábado, 15 de agosto de 2009

O Porto do Funchal

Uma carta de um leitor do DN que espelha bem o que se está a passar... Qualquer dia navios, nem vê-los....

Comm a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

O nosso Porto está a sofrer melhoramentos necessários, é uma porta de entrada na Região, que estava em muito mau estado. Fala-se em 13 milhões de euros como o montante gasto nesta obra, será? Alguém o dirá.

Depois da promoção da Madeira num passado recente em Miami (Florida), fiquei admirado de a Sra Secretária do Turismo e Transportes aumentar taxas, D.N. 09.08.05, sendo o Porto do Funchal um dos mais caros nesta área do Atlântico, segundo as agências de viagens.

As novas taxas abrangeram os bomboteiros que vendem todo o tipo de produtos e deixam de fora os regionais. O que é lamentável.

As novas taxas iram abranger os taxistas? que só cobram até ao centro (Rotunda Sá Carneiro) 7,50€? Passará talvez para 10,00€. Ou mais?? Como comentaram os passageiros e tripulação do "Pacífic Dream", na sua maioria portugueses e espanhóis, dizem que é uma especulação vergonhosa à vista das autoridades policiais. De outros barcos, os passageiros, com destaque para os italianos, optam por vir a pé até ao centro. Dizem que nem no terceiro mundo isto acontece. Famosa Promoção Turística faz a Madeira.

Os passageiros são informados a bordo pela tripulação que fora do Porto os Táxis são mais baratos, e têm taxímetro.

domingo, 9 de agosto de 2009

RAUL SOLNADO



Republicação aqui de um texto transcrito no Fumaças em Novembro de 2004:

Uma interessantíssima entrevista a Raul Solnado, no site da Sociedade Portuguesa de Autores:

(RAUL SOLNADO
Actor imenso, homem solidário
)

É lisboeta e tem 74 anos. Bem vividos. Mas o seu sorriso bom e malandro continua a parecer o de uma criança traquinas de quem é impossível não gostar. O seu segredo - se segredo tem - explica-o ele nesta entrevista: o seu projecto de vida nunca foi a riqueza, mas a felicidade.

Solnado começou a trabalhar em 1947 no teatro amador, na Guilherme Cossul - uma colectividade que nunca (o) esqueceu. Tinha 18 anos. Em 1952 estreou-se "profissionalmente" num show no Máxime e a partir daí não mais parou: opereta, revista, teatro clássico, cinema, televisão. Fazendo rir e pensar. Dono e senhor de uma popularidadade incrível.

O grande salto deu-se na década de 60: o monólogo "A Guerra de 1908", estreado em Outubro de 61, cedo passou a ser a guerra do Solnado e marcou-o definitivamente. Até aos dias de hoje. Foi um golpe de génio e uma batalha gloriosamente ganha na guerra contra a ditadura.

Oito anos mais tarde, em 69, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia, averbou outra vitória retumbante: apresentou na RTP um programa inovador que se tornou um marco na programação televisiva : "Zip-Zip". E nessa sua década de ouro fez o que, até hoje, nenhum actor português fez: criou de raiz e dirigiu (de 64 a 70) um teatro - o Villaret.

A lista de trabalhos assinados por Solnado é fantasticamente longa. No seu Parque Mayer fez um mar de revistas, muitas das quais ficaram para sempre no imaginário português. Na televisão, voltou a fazer das suas nos anos 70: o concurso "A Visita da Cornélia" permanece uma referência.

Mas se a década de 60 foi de ouro, a de 80 foi de diamante. O seu melhor trabalho cinematográfico é de dessa época: fez um fantástico papel dramático no filme "A Balada da Praia dos Cães", de Fonseca e Costa, baseado no livro de José Cardoso Pires; foi actor convidado do Teatro Nacional D. Maria II, como protagonista da peça "O Fidalgo Aprendiz", de D. Manuel de Melo; foi actor convidado do Teatro Nacional de S. Carlos, na personagem Frosch da opereta "O Morcego", de Strauss; fez "O Avarento", de Molière, no Teatro Cinearte, encenado por Helder Costa; e ao lado de Eunice Muñoz fez a telenovela "A Banqueira do Povo".

Em 2001 voltou aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça de Freitas do Amaral "O Magnífico Reitor". E tendo sido sua a ideia de criar a magnífica "Casa do Artista" - concretizada fundamentalmente por Armando Cortez e Manuela Maria - Raul Solnado, sempre solidário, é o hoje o seu magnífico Presidente.

Ribeiro Cardoso

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As gargalhadas que ganharam a guerra

Raul Solnado é um actor de mil faces mas foi com as gargalhadas que se impôs como uma figura mítica do espectáculo. E quando a guerra colonial era sagrada e indiscutível, ele pôs Portugal a rir-se de uma guerra sem sentido, uma rábula que foi o seu maior êxito de sempre. Ouvide agora senhores, a sua estória de pasmar!

Autores - Costuma dizer que um cómico tem muitos inimigos. Quem são os seus inimigos?
Raul Solnado - O actor cómico é um interventor no plano social, político e até na vida das pessoas que critica, por isso não pode ter a unanimidade universal. O Chaplin tinha imensos inimigos e esses declaravam-se a cada passo. Os meus inimigos não se declaram, mas sei que os tenho, embora não se manifestem.

A - Para os cómicos não há limites?
RS - Para mim tudo é risível mas imponho-me limites. Despejo a minha fúria sobre o pensamento monolítico, critico o que os políticos dizem e fazem, ridicularizo os tiques da sociedade, contexto as injustiças. Só poupo a democracia, é proibido atentar contra o regime democrático. Contra o Presidente da República, também não. Mal vão as coisas quando ele é criticável.

A - Foi por isso que em plena guerra colonial pôs Portugal a rir à gargalhada com a sua versão da guerra?
RS - Aquela rábula tem um início anterior à guerra. Eu fui a Madrid e vi o Miguel Gila representar o texto. Fiquei logo apaixonado pela rábula porque o non sense é o tipo de humor que mais me toca. Comprei o disco, traduzi o texto mas guardei-o, não por temer a censura mas porque tinha dúvidas que as pessoas gostassem daquilo.

A - E quando é que a sua guerra saiu da gaveta?
RS - Foi já no início da guerra em Angola. Eu fui com o Humberto Madeira -um cómico fabuloso - à quermesse do Nacional da Madeira, na Quinta da Vigia, um sítio lindíssimo onde agora está instalado o Governo Regional. Num mês fizemos 45 espectáculos e lá para o fim sentimos que era preciso refrescar o repertório. Disse ao Humberto Madeira que gostava de fazer a guerra, talvez as pessoas gostassem. Ele apoiou-me e avancei. Nessa noite o público riu-se tanto que pediu bis. Foi ali que começou o sucesso da minha guerra...

A - Quais eram as suas dúvidas em relação ao texto?
RS - Não era em relação ao texto, mas ao gosto do público, hoje as pessoas riem melhor que naquela altura. Eu não sabia se um texto non sense ia funcionar. Os cómicos têm sempre essa dúvida. Uma piada leva duas horas a ser construída e depois desaparece como um fósforo. É ao contrário dos cantores que quanto mais cantam um tema, mais ele se populariza e ganha notoriedade.

A - A estória da sua ida à guerra começou na Madeira e depois alastrou a que palcos?
RS - Mal cheguei a Lisboa fui fazer um espectáculo no ringue de patinagem de Oeiras e o êxito foi igual ao da Madeira. Na altura ia fazer a revista "Bate o Pé" e fiquei com a certeza de que a rábula não ia falhar.

A - Mas aí já tinha que submeter o texto à comissão de censura...
RS - Pois, e era uma censura visual e de texto, por isso eu tinha um grande receio que não passasse. O Nelson de Barros, grande jornalista e o maior autor de revistas que conheci, disse-me que mandávamos o texto como sendo para o personagem Cantinflas, uma rábula que tinha feito no teatro Apolo. Quando o texto veio aprovado, ninguém queria acreditar. O problema era a censura visual.

A - Como funcionava essa comissão de censura visual?
RS - No ensaio geral, cinco ou seis censores viam o espectáculo. Depois diziam que era preciso tapar um umbigo, descer umas saias, coisas assim. No Carnaval só se podia dizer merda uma vez por sessão. Como eu não ia vestido de Cantinflas, estava receoso que a rábula fosse cortada. Mas estes textos de non sense têm de ser bem compreendidos, caso contrário não funcionam. E eu disse aquilo a uma velocidade tal que nem eu próprio percebi o que dizia. Os censores também não perceberam e, no final, um deles disse-me que estava tudo aprovado mas deu-me um conselho: olhe lá, não faça aquilo da guerra, não tem piada nenhuma! E eu disse-lhe que era obrigado a fazer mas que então só fazia aquilo na estreia. Como já sabia o que vinha a seguir, pedi à Valentim de Carvalho que gravasse aquilo na estreia e lançasse o disco. Depois era impossível travar a rábula. Os censores ficaram baralhados com o Cantinflas!

A - Nessa altura já tinha grande notoriedade como actor?
RS - Nem por isso. Curiosamente, a crítica só começou a dar por mim, quando no teatro Apolo fiz a rábula do Cantinflas, em 1954.

A - Só para informação dos nossos leitores mais jovens, imitava o actor mexicano Mário Moreno, mais conhecido por Cantinflas?
RS - Exactamente. O Cantinflas era um cómico que teve êxito mundial nos anos 50 e 60.

A - Depois da sua versão da guerra continuou a fazer coisas subversivas?
RS - Sempre que pude. Em 1972, lancei "Os Malmequeres" na revista "Prá Frente Lisboa". Era uma canção altamente subversiva, oito quadras violentíssimas. A primeira era assim: "Português, ó malmequer/ em que terra foste semeado/ Português, ó malmequer/ Cada vez andas mais desfolhado". Os censores queriam que eu cortasse a palavra "português", mas se o fizesse aquilo perdia o sentido. Continuei como se nada fosse e eles ameaçaram-me. Puseram dois censores no camarote do teatro para vigiarem se eu cumpria as ordens da censura. Mas como entretanto saiu o disco, eles desistiram.

A - Vamos para o presente. Temos bons autores de humor?
RS - Sempre tivemos bons autores e bons cómicos, mas o humor é dinâmico, as coisas mudam. Andei a pesquisar rábulas antigas e constatei que o humor nos anos 40 e 50 era muito frágil. Hoje temos autores em qualidade e quantidade, a fazerem excelente humor. Eles têm outra cabeça, já não pensam como os autores do meu tempo. Dadas as condições existentes, o panorama podia ser melhor, mas é um género muito difícil.

A - Onde está a dificuldade?
RS - Eu pergunto: porque razão existem no mundo milhões de actores e só temos 50 bons cómicos? Como dizia o António Aleixo, nós precisamos de ver as coisas mais além. Está aí a dificuldade.

A - Os cómicos, para fazerem rir, têm de ver mais longe?
RS - Eu sempre disse que os cómicos são tristes e sisudos porque têm mágoas profundas. Nós temos de ver o ridículo com uma lupa muito grande e isso magoa. É por esse lado que vemos mais longe.

A - E quanto ao humor fácil?
RS - Isso não é comigo. Fui convidado para o programa "Cabaré da coxa" e perguntaram-me porque razão eu não gosto que os cómicos usem palavrões. O tipo que faz de papagaio soltou logo uma série de palavrões e ficámos todos a rir. Não foi humor fácil, foi alguém que desorganizou aquilo tudo. O cómico é um desorganizador por excelência. Mas tenho pena do público que se ri dos palavrões. Tenho imensa pena de um cómico que precisa de dizer palavrões para provocar o riso.

A - E os seus textos?
RS - Eu ao nível to texto traduzi muitas peças, escrevi "Há petróleo no Beato" e adaptei, com o César de Oliveira, "Isto é que me dói", uma peça do brasileiro Paulo Pontes que é uma crítica violentíssima ao nosso sistema de saúde.

A - E a guerra...
RS - Foi apenas uma tradução com ligeiras adaptações. Eu só interpretei essa rábula três anos e os seus ecos chegam aos dias de hoje.

A - Face ao sucesso estrondoso que teve, porque abandonou essa rábula?
RS - Um dia fui ao Barreiro fazer a guerra e o público sabia o texto de cor, os espectadores começaram a fazer de ponto. Depois chegava a outro sítio e toda a gente dizia o texto antes de mim e eu pensei que era melhor parar. Por muito dinheiro que eu ganhasse com a rábula - e se ganhei! - não queria ficar agarrado àquele boneco. Profissionalmente, fui sempre muito inquieto.

A - Está a representar no Villaret, que já foi o seu teatro...
RS - O meu sonho era ter um teatro meu, para fazer o que quisesse, nunca quis ser empresário. Investi tudo o que tinha no Villarett e perdi tudo. No 25 de Abril eu estava na Roménia e mal soube da revolução vim logo para Portugal. No Brasil estava a fazer grande sucesso a peça "Liberdade, Liberdade", do Millôr Fernandes, que é o maior humorista do mundo. Havia bichas infindáveis para ver a peça, que tinha o Paulo Autran no papel principal. Mandei vir a peça para cá. Tinha no elenco a Maria do Céu Guerra, o João Perry e o Sérgio Godinho. Aquilo batia em tudo que estivesse contra a liberdade, fossem os americanos ou os soviéticos. Havia bandeiras vermelhas por todos os lados, uma coisa muito bonita. Mas foi um fracasso tão grande que perdi tudo o que tinha e o próprio teatro...

A - Como se explica isso, num momento em que a revolução saiu à rua?
RS - A peça subiu à cena numa altura em que já se desenhava o crepúsculo da revolução. Foi a minha ruína económica.

A - E o seu novo espectáculo, também no Villarett?
RS - Está a correr bem. Os espectadores acompanham a minha memória de 50 anos de carreira. Há umas fotos que fazem de âncora da memória e depois eu digo o que me vem à cabeça. Os miúdos - vão imensos! - gostam porque não sabiam que as coisas antigamente eram assim.

A - É um tributo a si próprio por meio século de carreira artística?
RS - Este espectáculo é para percorrer o país e conhecer melhor o público. Portugal é uma maravilha, encontro pessoas fabulosas, come-se e bebe-se bem. Isto é para trabalhar mas também é para me divertir. Quero andar por aí a conhecer pessoas que tenham algo para me ensinar.

A - Mas Portugal está a passar um mau bocado...
RS - Pois está. Neste momento, se não fizéssemos parte da União Europeia, Portugal estava como o Uganda e nas próximas presidenciais era eleito um sargento para Belém. Mas a democracia portuguesa está amparada pelas estacas da União Europeia, é irreversível.

A - Mas não há demasiado ódio à liberdade?
RS - Eu tenho uma paixão imensa pela liberdade. Aliás, acho que o amor àliberdade já nasce com as pessoas e eu nasci com esse amor. Pelo que conheço dos portugueses, penso que, apesar de tudo, ainda existe uma imensa maioria que tem a paixão da liberdade e da democracia.

A - Já alguma vez esteve na política?
RS - Eu fui militante do Partido Socialista durante dois anos. A seguir ao 25 de Abril, entendi que era um dever cívico aderir a um partido e lutar pelo regime democrático. Participei em comícios de norte na sul de Portugal. Quando foi aprovada a Constituição e elegemos os deputados à Assembleia da República abandonei o partido. Penso que um actor não deve ter actividades partidárias. Antes quebrei essa regra porque a democracia assim o exigiu.

A - A crise económica não pode pôr em causa o regime democrático?
RS - Não pode, temos o dinheiro da União Europeia a proteger-nos. O fascismo é uma coisa baratucha. O ensino, a saúde, os salários, o partido único, as eleições a fingir, é tudo muito barato. A democracia fica caríssima. Nós exigimos elevados padrões na educação, na saúde, na Administração Pública, queremos salários dignos, elegemos os nossos representantes no Poder Local e na Assembleia, elegemos o presidente da República, tudo isso fica muito caro. E depois temos por aí uns senhores que adoram dinheiro, gostam de coleccionar aquela porcaria. Se não estivéssemos na União Europeia a democracia já há muito estaria em perigo.

A - E a si, como é que a crise lhe bate à porta?
RS - A mim, a crise económica não me afecta, porque nunca tive um projecto de fortuna, o meu projecto é de felicidade. E a tal paixão pela liberdade que sempre me acompanhou.

A - Como vai a Casa do Artista?
RS - É um projecto ao qual dedico grande parte do meu tempo. Agora sou o presidente da Direcção e por isso tenho de seguir de perto os seu dia a dia. Isto foi uma ideia que me assaltou desde os tempos do Brasil. Lá havia o Retiro do Artista, mas eu achava que a palavra "retiro" era muito forte e quando, em 1960, apresentei o projecto aos meus colegas, já foi como Casa Artista. A ideia andou a germinar durante muitos anos e, um dia, o Armando Cortez decidiu pô-la em prática. Durante a direcção dele eu vinha aqui todos os dias ajudá-lo. Em quatro anos mobilámos estes 12 000 metros quadrados com coisas que nos foram oferecidas! Mas quando ele começou a ficar muito doente, pediu-me para eu assumir a direcção e cá estou.

A - E apoios?
RS - Temos apoios públicos e de particulares. Isto só por si não anda. A factura de gás e electricidade é superior a mil e quinhentos contos por mês. As reformas dos 73 utentes são muito baixas, temos que encontrar apoios que, felizmente, não têm faltado. Ultimamente até temos doações de particulares em dinheiro e propriedades.

Artur Queiroz

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PSD aprova comportamento grave?



Passadas 48 horas sobre a entrega de uma carta em mão, na sede do PSD, por parte de uma delegação do Partido da Nova Democracia (PND), constituída pela Presidente, Drª Maria Augusta Montes Gomes, pelo Cabeça de Lista em Lisboa e outro elemento da Direcção, dirigida à Drª Manuela Ferreira Leite, pedindo-lhe que se pronunciasse sobre o facto de terem sido usadas armas de fogo na Madeira, nas imediações da Festa do PSD, em Chão de Lagoa, contra uma acção política de militantes do PND, no passado fim de semana, verificamos que a Drª Manuela Ferreira Leite persiste no mutismo, sem publicamente tomar posição, de aprovação ou condenação, deste grave incidente.

Reiteramos, por isso, a exigência de que a Drª Manuela Ferreira Leite se pronuncie sobre este caso, dado que o candidato do PSD a Primeiro-Ministro não pode manter o silêncio perante a utilização de armas de fogo para repelir uma acção política da oposição ao Dr. Alberto João Jardim, líder do PSD/Madeira.

Que diria a Drª Manuela Ferreira Leite se nas imediações da Festa do Pontal fossem disparados quatro tiros de carabina?


Lisboa, 30 de Julho de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

1º ANIVERSÁRIO

Ontem não vim cá... Fiquei a comemorar o primeiro aniversário da Cagarra!

Relembro o primeiro post:

Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008
"ESTATUTO EDITORIAL"

As cagarras são aves migratórias de longa distância. Passam a maior parte da vida voando sobre os oceanos de águas temperadas a frias. O seu único contacto com terra é na época de reprodução, quando se reunem em ilhas e áreas costeiras para nidificar em zonas rochosas.

Esta cagarra, que anda mais por terra, vai defender acérrimamente a Madeira, lutando contra os que por acção a têm explorado (através de uma rede de tipo mafioso) mas também contra os que, por omissão, têm deixado que tal aconteça. Esses que se vendem por um lugar ou por meia dúzia de vinténs e que se dizem oposição são ainda piores do que o poder instalado.

Com ambos "A CAGARRA" vai ser implacável.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

AINDA VAI ALGUÉM PARA A PORTA DA IGREJA....

... pedir esmola para devolver os milhares indevidamente entregues ao Jornal da Madeira.

Mas os do DN que não se riam que há-de também chegar a vez deles!

CARTA DA PRESIDENTE DO PND MARIA AUGUSTA GOMES A MANUELA FERREIRA LEITE SOBRE INCIDENTES DO CHÃO DA LAGOA




Exmª Senhora
Presidente do Partido Social-Democrata (PSD)
Drª Manuela Ferreira Leite
Lisboa, 28 de Julho de 2009


Exmª Senhora,

Face aos graves acontecimentos registados durante a festa do PSD, partido a que V. Exª preside, em Chão de Lagoa, na Madeira, em que um balão dirigível do Partido da Nova Democracia (PND), contendo mensagens políticas, foi abatido a tiro, isto é, com armas de fogo, quando se deslocava para o espaço aéreo da festa, venho por este meio, e na qualidade de Presidente do PND, solicitar a V. Exª que se pronuncie publicamente e de forma clara, sobre este incidente praticado por pessoas afectas ao PSD.

O silêncio perante factos desta gravidade, em que à mensagem política da oposição se reage a tiro com armas de fogo, não é admissível num partido, como o PSD, que pretende ser representante de uma direita que respeita a liberdade de expressão e que tolera a oposição.

Reitero, por isso, o meu pedido para se pronunciar publicamente sobre este incidente que envolveu o PSD/Madeira, a fim de que todos os portugueses fiquem a saber qual a posição que a Presidente do PSD e a sua Direcção Nacional têm sobre tão invulgar e absurda ocorrência.

Creia-me com a maior consideração.
Atenciosamente


A Presidente do Partido da Nova Democracia



(Maria Augusta Montes Gomes)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O MEU CROMO PREFERIDO DA POLÍTICA MADEIRENSE

O meu cromo preferido da política madeirense é aquele senhor que mal sabe escrever em português e que tem imensa dificuldade em ter ideias próprias. Por isso umas vezes copia os textos de outros e outras vezes faz críticas só por fazer sem dizer nada de substancial.

E como o partido dele se comporta frequentemente como apêndice de AJJ, concordando muitas vezes com as suas posições, as dificuldades políticas do homem são evidentes. Também custa a perceber essas posições desse partido - estarão à espera que algum dia AJJ precise deles para formar maioria? Vão esperando...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Zepelim baleado: PND quer reacção de Ferreira Leite



O Partido da Nova Democracia (PND) quer que a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, «se pronuncie publicamente» sobre os incidentes do passado fim-de-semana no Chão da Lagoa, na Madeira.

Com a devida vénia ao IOL Diário

A presidente do PND, Maria Augusta Montes Gomes, foi entregar uma carta na sede laranja a pedir que Ferreira Leite diga se «acha bem que se vá para uma festa de espingarda às costas dar tiros a militantes de outros partidos, se está de acordo com isso, se lhe parece bem, se não tem nada a dizer sobre este assunto, se não tem uma palavra a dizer sobre este tipo de atitude».

Segundo a agência Lusa, Maria Augusta Gomes chegou à sede social-democrata perto das 16:00 horas, juntamente com os dirigentes do PND Fernando Lidon e Manuel Brás, que encabeça a lista deste partido às eleições legislativas no círculo de Lisboa.

Minutos depois de terem entrado, os três dirigentes do PND ouviram o secretário-geral adjunto do PSD Matos Rosa dizer-lhes que a carta tinha sido entregue. A presidente do PND pediu-lhe que carimbasse a cópia da carta para certificar a sua entrega, o que Matos Rosa se escusou a fazer.

«Fomos mal recebidos, recusaram-se, inclusivé, a pôr um visto ou um pequeno carimbo na cópia da carta em como a receberam. De facto, parece que a doença da Madeira do senhor Alberto Jardim chegou aqui também à sede nacional do PSD, coisa que não esperávamos. Não contávamos com esta tipo de atitude», criticou Maria Augusta Gomes aos jornalistas, já fora da sede social-democrata.

PSD vai processar PND

Na Madeira, no domingo, três tiros de caçadeira furaram um zepelim que o PND pretendia que sobrevoasse a tradicional festa do PSD/Madeira no Chão da Lagoa. «O PND não vai deixar cair isto em saco roto e vai pedir às autoridades que não arquivem, que não desapareçam com este processo e que estejam atentos. E queremos saber quem foi culpado, quem não foi», declarou Maria Augusta Gomes.

«Obviamente que temos ideia de quem foi, numa festa conhecida. Além do mais, foi quase um crime anunciado. Esperemos é que tomem medidas, que se faça alguma coisa. Ou então agora passamos a vida a andar aos tiros uns aos outros? Mas chegámos a este ponto? Isto agora é assim? A oposição resolve-se a tiro?», questionou.

«Que se cuide o engenheiro Sócrates, que venha de blindado, porque senão é capaz de lhe acontecer qualquer coisinha», advertiu a presidente do PND.
 
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