Cartas dos leitores, no
Diário de Notícias da MadeiraNo Diário de 4 de Setembro, é antecipada uma decisão da Assembleia Legislativa, sem reparos, arquivando-se o processo, o que obviamente não pode acreditar-se.
Está em causa, um atentado para que, em diversas ocasiões, chamei a atenção e a que não posso deixar de retornar, na esperança e, por acreditar, que ainda está a tempo de ser evitado maior desastre.
A descaracterização em resultado do que já foi feito e o que representa para toda a zona que vai do Caniçal até à Ponta de São Lourenço, não pode aceitar-se, mas importa agora e acima de tudo, que seja impedida a progressão do que seria um verdadeiro desastre, para além dos cerca de 16 hectares, já autorizados para o "Quinta do Lorde Resort".
Como é óbvio e escrevi, a irreversibilidade do que bem ou mal foi autorizado, é um facto, não sendo, obviamente de assacar responsabilidade aos promotores nem de isentar eventuais prevaricadores responsáveis por irregularidades durante o licenciamento. Isso, porém, não basta. O processo não pode ser pura e simplesmente arquivado e posta uma pedra sobre o assunto, importando que além do mais, a Assembleia Legislativa alerte e acautele para a necessidade de ser "reforçada a legislação e respectiva fiscalização, por forma a pôr cobro a novas situações, não mais consentindo qualquer uso ou alteração do solo, do que resta da Ponta de São Lourenço, até ao farol", impedindo assim o alastramento da desfiguração já operada em espaço natural e de protecção ambiental, "na certeza de que, todos juntos, queremos e vamos salvar a Ponta de São Lourenço".
Francisco Leite Monteiro