domingo, 6 de setembro de 2009

Maioria 'absolve' Quinta do Lorde - Francisco Leite Monteiro

Cartas dos leitores, no Diário de Notícias da Madeira

No Diário de 4 de Setembro, é antecipada uma decisão da Assembleia Legislativa, sem reparos, arquivando-se o processo, o que obviamente não pode acreditar-se.

Está em causa, um atentado para que, em diversas ocasiões, chamei a atenção e a que não posso deixar de retornar, na esperança e, por acreditar, que ainda está a tempo de ser evitado maior desastre.

A descaracterização em resultado do que já foi feito e o que representa para toda a zona que vai do Caniçal até à Ponta de São Lourenço, não pode aceitar-se, mas importa agora e acima de tudo, que seja impedida a progressão do que seria um verdadeiro desastre, para além dos cerca de 16 hectares, já autorizados para o "Quinta do Lorde Resort".

Como é óbvio e escrevi, a irreversibilidade do que bem ou mal foi autorizado, é um facto, não sendo, obviamente de assacar responsabilidade aos promotores nem de isentar eventuais prevaricadores responsáveis por irregularidades durante o licenciamento. Isso, porém, não basta. O processo não pode ser pura e simplesmente arquivado e posta uma pedra sobre o assunto, importando que além do mais, a Assembleia Legislativa alerte e acautele para a necessidade de ser "reforçada a legislação e respectiva fiscalização, por forma a pôr cobro a novas situações, não mais consentindo qualquer uso ou alteração do solo, do que resta da Ponta de São Lourenço, até ao farol", impedindo assim o alastramento da desfiguração já operada em espaço natural e de protecção ambiental, "na certeza de que, todos juntos, queremos e vamos salvar a Ponta de São Lourenço".

Francisco Leite Monteiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Dirigente socialista lança repto a "paladina de uma política da verdade"

PS desafia Ferreira Leite a condenar a “asfixia democrática” na Madeira

PÚBLICO 06.09.2009 - 16h54 Tolentino de Nóbrega

O líder do PS na Madeira, João Carlos Gouveia, desafiou a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, a pronunciar-se sobre situações de “asfixia democrática” nesta região. “Como está arvorada em paladina de uma política da verdade, seja coerente e condene os abusos de poder por parte do seu partido nesta região”, eis o repto lançado pelo dirigente socialista na véspera da visita da líder social-democrata.

Gouveia pede à candidata do PSD a primeiro-ministro que, “por questão de coerência, se demarque do modelo soviético implantado na Madeira nestes 33 anos de governação social-democrata”. Aponta como “atentados à liberdade e cidadania” na região “o poder absoluto de um só homem e de um só partido”, “a usurpação do modelo de democracia pluralista e parlamentar por uma forma plebiscitária e autocrática de exercício do poder” e “a utilização dos meios da região para benefício de um só partido”. Critica ainda “o exercício da governação apenas para a perpetuação do poder” e “o clima de medo instaurado resultante da pressão governativa sobre os cidadãos e empresas” que, denuncia, “debatem-se com as represálias de quem não é afecto ao governo regional”.

O líder do PS na Madeira pede igualmente a Manuela Ferreira Leite que durante a sua deslocação se pronuncie sobre o modelo social da região, designadamente sobre “a utilização dos recursos financeiros públicos para uma minoria afecta ao poder regional, face à pobreza generalizada”. Gouveia quer também que a presidente do PSD e ex-ministra das Finanças tome posição sobre o regime de autonomia, optando pelo projecto nacional ou pelo “modelo da Singapura do Atlântico, responsável pelo esbanjamento dos dinheiros públicos prisioneira da cultura separatista de 75 e 76”, caracterizado também por uma “sujeição das instituições autonómicas à vontade de um governante, segundo a visão totalitária do poder” e de “verdadeira asfixia democrática”.

Ferreira Leite tem previstas para amanhã várias acções de pré-campanha na Madeira. Participa numa arruada no centro do Funchal e num almoço com os candidatos madeirenses à Assembleia da República para a apresentação do programa do partido relativamente as regiões autónomas. À tarde, assiste, ao lado de Alberto João Jardim, a uma das 60 inaugurações que o presidente do governo regional tem agendadas até às eleições de 11 de Outubro.

 
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