Pois, pois, basta ver esta votação na ALM no fim de Julho:
ALM rejeita levantamento de imunidade a Miguel Mendonça
Os votos 'não' foram superiores ao número de deputados da maioria presentes, o que permite supor que alguns deputados da oposição, como já acontecera na comissão de regimento e mandatos, também rejeitaram o levantamento da imunidade do presidente da ALM.
domingo, 29 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
ESTRANHO?
Para Alberto João Jardim, "é muito estranho cair uma palmeira no meio de um comício do PSD".
Muito mesmo!
Quase tanto como:
. Permitir construir no leito de ribeiras
. Não haver prevenção de incêndios
. Autorizar mamarrachos de 16 andares no Funchal
. Ter projectos megalómanos de construção de teleféricos no Rabaçal
. Gastar milhões e milhões de euros em estádios de futebol e muros de suporte, enquanto o desemprego na região trepa assustadoramente
Muito mesmo!
Quase tanto como:
. Permitir construir no leito de ribeiras
. Não haver prevenção de incêndios
. Autorizar mamarrachos de 16 andares no Funchal
. Ter projectos megalómanos de construção de teleféricos no Rabaçal
. Gastar milhões e milhões de euros em estádios de futebol e muros de suporte, enquanto o desemprego na região trepa assustadoramente
terça-feira, 24 de agosto de 2010
MAIS UMA VEZ A CULPA VAI MORRER SOLTEIRA
Se tivesse um pingo de vergonha na cara o sr. Roberto Silva já se tinha demitido de presidente da Câmara Municipal do Porto Santo. Mas estamos na Madeira, onde a lata dos que governam é infinita e o desprezo por quem critica construtivamente é a norma.
10 de Julho de 2010 - Diário de Notícias da Madeira
Na cidade Porto Santo
Quem é que garante a segurança dos cidadãos?
.Palmeira ameaça tombar no Largo das Palmeiras
Ninguém parece dar muita importância ao assunto. E a cada ano a situação agrava-se, sem que se vislumbre um gesto por parte das entidades no sentido de salvaguardar a segurança dos cidadãos. Num dos locais mais movimentados da cidade, no Largo das Palmeiras, uma das palmeiras está como a imagem documenta. E na ausência de uma avaliação do risco de queda, os testemunhos de quem frequenta aquele espaço não deixa margem para dúvidas: "Nos últimos anos a inclinação agravou-se mais de meio metro". Embora as palmeiras sejam resistentes, os que diariamente usam aqueles bancos do largo não têm muitas dúvidas. "Aquela palmeira um dia destes vai abaixo". E quando isso acontecer questionam a quem se deverá pedir responsabilidades.
10 de Julho de 2010 - Diário de Notícias da Madeira
Na cidade Porto Santo
Quem é que garante a segurança dos cidadãos?
.Palmeira ameaça tombar no Largo das Palmeiras
Ninguém parece dar muita importância ao assunto. E a cada ano a situação agrava-se, sem que se vislumbre um gesto por parte das entidades no sentido de salvaguardar a segurança dos cidadãos. Num dos locais mais movimentados da cidade, no Largo das Palmeiras, uma das palmeiras está como a imagem documenta. E na ausência de uma avaliação do risco de queda, os testemunhos de quem frequenta aquele espaço não deixa margem para dúvidas: "Nos últimos anos a inclinação agravou-se mais de meio metro". Embora as palmeiras sejam resistentes, os que diariamente usam aqueles bancos do largo não têm muitas dúvidas. "Aquela palmeira um dia destes vai abaixo". E quando isso acontecer questionam a quem se deverá pedir responsabilidades.
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Madeira Nova,
Porto Santo
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
O REI DA MADEIRA NOVA - Jardim insulta jornalista após queda de palmeira
Visivelmente transtornado após a queda de uma palmeira de grande porte sobre uma multidão em Porto Santo, o líder do governo regional da Madeira abandonou o comício da rentrée do PSD-Madeira sem discursar e insultou a jornalista do SOL
Por Graça Rosendo
«Não tenho informações. E você, tem informações?». De dedo em riste, Alberto João Jardim recusava desta forma comentar o acidente que feriu três pessoas e pôs termo, este domingo, ao comício do PSD-Madeira em Porto Santo. Exaltado, preferiu disparar contra «os bufos».
«Vocês são uns bufos, escreva aí, vocês, essa corporação, são uns bufos. Mas vão acabar no desemprego», afirmou, antes de exigir a expulsão da jornalista do SOL: «Quero esta gaja fora daqui já».
«P***, vai tomar banho», gritaram os militantes que ladeavam o líder do PSD-Madeira.
Mais tarde, o chefe do executivo regional acabou por declarar à imprensa que a queda da árvore de grande porte na praça central de Porto Santro tinha causado três feridos, um dos quais com gravidade. Posteriormente, foi confirmada a morte de uma mulher de cerca de 60 anos.
«Rezem para que este ano acabe depressa», pediu aos madeirenses.
Por Graça Rosendo
«Não tenho informações. E você, tem informações?». De dedo em riste, Alberto João Jardim recusava desta forma comentar o acidente que feriu três pessoas e pôs termo, este domingo, ao comício do PSD-Madeira em Porto Santo. Exaltado, preferiu disparar contra «os bufos».
«Vocês são uns bufos, escreva aí, vocês, essa corporação, são uns bufos. Mas vão acabar no desemprego», afirmou, antes de exigir a expulsão da jornalista do SOL: «Quero esta gaja fora daqui já».
«P***, vai tomar banho», gritaram os militantes que ladeavam o líder do PSD-Madeira.
Mais tarde, o chefe do executivo regional acabou por declarar à imprensa que a queda da árvore de grande porte na praça central de Porto Santro tinha causado três feridos, um dos quais com gravidade. Posteriormente, foi confirmada a morte de uma mulher de cerca de 60 anos.
«Rezem para que este ano acabe depressa», pediu aos madeirenses.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
6 MESES DEPOIS DO "20 DE FEVEREIRO" - SERRA DE ÁGUA ABANDONADA PELO PODER DA "MADEIRA NOVA"
Passados seis meses sobre a catástrofe, a Serra de Água continua com a sua recuperação muito atrasada. E se não fosse o rali no início deste mês, provavelmente nem estrada haveria!
As obras de limpeza e consolidação da ribeira vão-se arrastando e a recuperação (ou a eliminação) de inúmeras casas que ficaram semi-destruídas é uma miragem!
As obras de limpeza e consolidação da ribeira vão-se arrastando e a recuperação (ou a eliminação) de inúmeras casas que ficaram semi-destruídas é uma miragem!
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Novo Programa de Actividades, até ao final do ano da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal
Bis Bis
Membros da AAPEF reuniram-se ontem ao final da tarde para conhecer melhor a situação presente na cordilheira central da Madeira e debater as possíveis opções a seguir com o objectivo de recuperar a cobertura vegetal dessa área.
Durante os dias que se seguiram aos incêndios recebemos de algumas centenas de pessoas demonstrações de interesse em participar nesse trabalho e equacionámos a forma de as integrar. Gostaríamos de colocar de imediato toda esta gente a trabalhar lá em cima, mas fazê-lo sem a devida organização e meios e sem medidas de acção bem definidas seria correr o risco de de desperdiçar o trabalho destes voluntários.
Pelo que optámos por fazer uma sessão de arranque, já no próximo Sábado, no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, com o objectivo de implementar nessa área condições mínimas de apoio às actividades futuras, uma vez que a cabana que servia de Centro de Educação Ambiental foi totalmente destruída, bem como restaurar funções básicas como o abastecimento de água a partir da nascente existente no perímetro do Campo. Para isso contaremos com uma equipa de voluntários que habitualmente participa nas actividades da AAPEF e que já tem experiência no campo e neste tipo de trabalho.
A partir de Sábado, 28 de Agosto, começaremos então com um programa reforçado de actividades nas áreas do Pico do Areeiro e do Campo de Educação Ambiental, já abertas a todas pessoas que desejem contribuir com o seu trabalho voluntário. Em vez de uma actividade mensal de manutenção/plantação, passaremos agora a fazê-lo todos os Sábados, excepto uma vez por mês, em que continuaremos a fazer um percurso pedestre de descoberta do património natural da ilha (ver detalhe no final deste artigo).
Quem desejar participar nas actividades anunciadas poderá inscrever-se através do e-mail amigosdoparque@gmail.com ou pelo telefone 291 783 999 (4ª e 6ª feira, das 16:00 às 18:00).
Embora a vontade de muitos seja iniciar a plantação de imediato, em rigor esta não é a melhor altura para o fazer. Até Outubro as condições climáticas são adversas para isso e certamente condenaríamos a uma morte prematura uma percentagem elevada dos espécimes plantados. Assim, até que as condições sejam propícias ao início da época de plantio, teremos de fazer um trabalho de limpeza dos esqueletos calcinados das muitas árvores e arbustos que foram atingidas pelo fogo e de preparação do terreno para plantação.
Falta-nos também apurar a quantidade de plantas de que poderemos dispor, uma vez que aqui não se trata de colocar na terra qualquer tipo de planta. Os incêndios propiciam condições ideais para a expansão de espécies invasoras e infestantes, como os eucaliptos, as acácias, a giesta ou a carqueja (tojo). É fundamental desde já manter estas espécies sob controlo apertado e ir reflorestando com espécies endémicas e indígenas características das áreas atingidas.
Entretanto continuaremos em contacto com as instituições oficiais no sentido de coordenarmos o nosso trabalho no campo e, por exemplo, com a eventual partilha de voluntários, se continuarmos a ter manifestações de interesse superiores à nossa capacidade de colocar todas essas pessoas no terreno.
Durante estes dias notámos alguma confusão nas missivas que nos foram enviadas sobre o que é de facto esta Associação.
A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal é uma organização não governamental para o ambiente, sem fins lucrativos, que depende exclusivamente das contribuições dos seus sócios e da comercialização de publicações de edição própria. Somos actualmente cerca de 350 cidadãos que desde a fundação da Associação em Julho de 1996 tenta, com o seu trabalho voluntário, contribuir para a recuperação do coberto vegetal das nossas serras e para a educação e sensibilização das populações locais para as questões ambientais. Temos ao longo destes anos contado com a colaboração persistente ou esporádica de muitos outros cidadãos e organizações.
Os fundadores da AAPEF fizeram-no conscientes de que só com as instituições governamentais, sem o esforço voluntário e participação das populações, seria impossível levar a cabo o projecto de restaurar e preservar os tesouros naturais da ilha.
Apesar de o termos no coração, não somos o Parque Ecológico do Funchal que é propriedade da Câmara Municipal do Funchal. Ao longo da nossa história temos colaborado com o PEF mas não depende de nós o destino e as orientações que são dadas no seu âmbito.
Fazemos esta clarificação para que compreendam melhor as nossas limitações de actuação, que actualmente se restringem à área de plantação no cimo do Pico do Areeiro e ao Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, espaços diminutos em relação à totalidade da área consumida pelos recentes incêndios. Devido à grandeza do trabalho que nos espera nos próximos anos, tencionamos sair desses espaços e trabalhar também nas zonas vizinhas onde operacionalmente podemos com mais facilidade colocar pessoas e meios.
Finalizamos com um agradecimento a todos os que de alguma forma manifestaram a sua solidariedade, esperando que não desanimem e mantenham a vontade em contribuir para deixar uma ilha melhor para os nossos descendentes.
PROGRAMA DE ACTIVIDADES ATÉ DEZEMBRO DE 2010
Data Actividade km G.Dif.
21 de Agosto Trabalhos de recuperação do Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
28 de Agosto Limpeza e preparação do terreno para plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
4 de Setembro Percurso pedestre: Paul da Serra » Pico dos Assobiadouros » Louro da Gota » Fanal 10 km 2
11, 18 e 25 de Setembro Limpeza e preparação do terreno para plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
2 de Outubro Percurso pedestre: Lombo do Mouro » Levada do Monte Medonho » Pináculo » Caramujo » Estanquinhos 10 km 2
9, 16, 23 e 30 de Outubro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
6 de Novembro Percurso pedestre: Igreja dos Prazeres » Jardim Pelado » Lombo da Rocha » Paul do Mar 9 km 2
13, 20 e 27 de Novembro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
4 de Dezembro Percurso pedestre: Achada da Felpa » Estação de tratamento de água de São Jorge » Levada do Rei » Ribeiro Bonito » Posto Florestal do Cascalho » Miradouro das Voltas » Ribeira Funda 16 km 2
11 e 18 de Dezembro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
G.Dif. - Graus de dificuldade: 1 (Fácil); 2 (Médio); 3 (Difícil)
Membros da AAPEF reuniram-se ontem ao final da tarde para conhecer melhor a situação presente na cordilheira central da Madeira e debater as possíveis opções a seguir com o objectivo de recuperar a cobertura vegetal dessa área.
Durante os dias que se seguiram aos incêndios recebemos de algumas centenas de pessoas demonstrações de interesse em participar nesse trabalho e equacionámos a forma de as integrar. Gostaríamos de colocar de imediato toda esta gente a trabalhar lá em cima, mas fazê-lo sem a devida organização e meios e sem medidas de acção bem definidas seria correr o risco de de desperdiçar o trabalho destes voluntários.
Pelo que optámos por fazer uma sessão de arranque, já no próximo Sábado, no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, com o objectivo de implementar nessa área condições mínimas de apoio às actividades futuras, uma vez que a cabana que servia de Centro de Educação Ambiental foi totalmente destruída, bem como restaurar funções básicas como o abastecimento de água a partir da nascente existente no perímetro do Campo. Para isso contaremos com uma equipa de voluntários que habitualmente participa nas actividades da AAPEF e que já tem experiência no campo e neste tipo de trabalho.
A partir de Sábado, 28 de Agosto, começaremos então com um programa reforçado de actividades nas áreas do Pico do Areeiro e do Campo de Educação Ambiental, já abertas a todas pessoas que desejem contribuir com o seu trabalho voluntário. Em vez de uma actividade mensal de manutenção/plantação, passaremos agora a fazê-lo todos os Sábados, excepto uma vez por mês, em que continuaremos a fazer um percurso pedestre de descoberta do património natural da ilha (ver detalhe no final deste artigo).
Quem desejar participar nas actividades anunciadas poderá inscrever-se através do e-mail amigosdoparque@gmail.com ou pelo telefone 291 783 999 (4ª e 6ª feira, das 16:00 às 18:00).
Embora a vontade de muitos seja iniciar a plantação de imediato, em rigor esta não é a melhor altura para o fazer. Até Outubro as condições climáticas são adversas para isso e certamente condenaríamos a uma morte prematura uma percentagem elevada dos espécimes plantados. Assim, até que as condições sejam propícias ao início da época de plantio, teremos de fazer um trabalho de limpeza dos esqueletos calcinados das muitas árvores e arbustos que foram atingidas pelo fogo e de preparação do terreno para plantação.
Falta-nos também apurar a quantidade de plantas de que poderemos dispor, uma vez que aqui não se trata de colocar na terra qualquer tipo de planta. Os incêndios propiciam condições ideais para a expansão de espécies invasoras e infestantes, como os eucaliptos, as acácias, a giesta ou a carqueja (tojo). É fundamental desde já manter estas espécies sob controlo apertado e ir reflorestando com espécies endémicas e indígenas características das áreas atingidas.
Entretanto continuaremos em contacto com as instituições oficiais no sentido de coordenarmos o nosso trabalho no campo e, por exemplo, com a eventual partilha de voluntários, se continuarmos a ter manifestações de interesse superiores à nossa capacidade de colocar todas essas pessoas no terreno.
Durante estes dias notámos alguma confusão nas missivas que nos foram enviadas sobre o que é de facto esta Associação.
A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal é uma organização não governamental para o ambiente, sem fins lucrativos, que depende exclusivamente das contribuições dos seus sócios e da comercialização de publicações de edição própria. Somos actualmente cerca de 350 cidadãos que desde a fundação da Associação em Julho de 1996 tenta, com o seu trabalho voluntário, contribuir para a recuperação do coberto vegetal das nossas serras e para a educação e sensibilização das populações locais para as questões ambientais. Temos ao longo destes anos contado com a colaboração persistente ou esporádica de muitos outros cidadãos e organizações.
Os fundadores da AAPEF fizeram-no conscientes de que só com as instituições governamentais, sem o esforço voluntário e participação das populações, seria impossível levar a cabo o projecto de restaurar e preservar os tesouros naturais da ilha.
Apesar de o termos no coração, não somos o Parque Ecológico do Funchal que é propriedade da Câmara Municipal do Funchal. Ao longo da nossa história temos colaborado com o PEF mas não depende de nós o destino e as orientações que são dadas no seu âmbito.
Fazemos esta clarificação para que compreendam melhor as nossas limitações de actuação, que actualmente se restringem à área de plantação no cimo do Pico do Areeiro e ao Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, espaços diminutos em relação à totalidade da área consumida pelos recentes incêndios. Devido à grandeza do trabalho que nos espera nos próximos anos, tencionamos sair desses espaços e trabalhar também nas zonas vizinhas onde operacionalmente podemos com mais facilidade colocar pessoas e meios.
Finalizamos com um agradecimento a todos os que de alguma forma manifestaram a sua solidariedade, esperando que não desanimem e mantenham a vontade em contribuir para deixar uma ilha melhor para os nossos descendentes.
PROGRAMA DE ACTIVIDADES ATÉ DEZEMBRO DE 2010
Data Actividade km G.Dif.
21 de Agosto Trabalhos de recuperação do Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
28 de Agosto Limpeza e preparação do terreno para plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
4 de Setembro Percurso pedestre: Paul da Serra » Pico dos Assobiadouros » Louro da Gota » Fanal 10 km 2
11, 18 e 25 de Setembro Limpeza e preparação do terreno para plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
2 de Outubro Percurso pedestre: Lombo do Mouro » Levada do Monte Medonho » Pináculo » Caramujo » Estanquinhos 10 km 2
9, 16, 23 e 30 de Outubro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
6 de Novembro Percurso pedestre: Igreja dos Prazeres » Jardim Pelado » Lombo da Rocha » Paul do Mar 9 km 2
13, 20 e 27 de Novembro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
4 de Dezembro Percurso pedestre: Achada da Felpa » Estação de tratamento de água de São Jorge » Levada do Rei » Ribeiro Bonito » Posto Florestal do Cascalho » Miradouro das Voltas » Ribeira Funda 16 km 2
11 e 18 de Dezembro Plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha
G.Dif. - Graus de dificuldade: 1 (Fácil); 2 (Médio); 3 (Difícil)
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O Mentiroso do Carmo - GIL CANHA, hoje no DN Madeira
Cartas do leitor
Foi publicada neste espaço, uma carta do leitor intitulada "O Sherif da Praça do Carmo" da autoria dum tal sr. José António Ferreira. Essa carta contém um chorrilho de mentiras e falsidades contra a minha pessoa, uma prática que já é habitual e para a qual estou blindado. Contudo, não posso ignorar nem deixar em branco as questões de HONRA. Na Antiguidade, Tucídides defendia que "um homem que permite que lhe retirem a honra, permite tudo…", enquanto que para o nosso Ramalho Ortigão, "umas boas bengaladas não retiram o agravo da desonra, mas amaciam o coiro do mariola".
O tal autor da cartinha, cheia de erros ortográficos, refere que estava na esplanada da Rua da Cooperativa Agrícola a beber uma "loirinha" com outros clientes, e que me ouvira a "vociferar impropérios" dentro de um café, porque não permitia que os donos instalassem mais uma esplanada (com s, não com x) num espaço pertença do condomínio. Também escrevinhou, que eu puxara dos galões e dissera: "Sou o presidente do condomínio deste prédio e além disso sou vereador da CMF, pelo PND".
Quem me conhece minimamente sabe, que por vezes falo alto e exalto-me, mas nunca ao ponto de ser malcriado (reconheço, para mal dos meus muitos pecados, que mais depressa dou uns batatões num biltre que o insulto). Agora o que nunca faço, em circunstância alguma, é andar por aí a vangloriar-me que sou isto ou aquilo, pelo contrário, cultivo a discrição e o recato, aliás ninguém me vê em revistas e muito menos nas festarolas do "jet set" madeirense.
Outra falsidade foi o número de clientes que assistiram à conversa. Que me lembre, só lá estava um casal de namorados e numa outra mesa, sozinha, uma senhora magra como uma cobra cuspideira de Marraquexe, muito semelhante a uma múmia egípcia ressequida, com um ar esverdeado e ausente, a lembrar a Mrs. Caddy, de Faulkner, saudosa dos tempos em que lavava pratos na grande Londres.
A doentia testemunha de café diz ainda que fui posto na rua do estabelecimento. Outra mentira descarada! Embora estivessem zangados pelo facto do condomínio não permitir que montassem mais cadeiras e mesas numa zona de passagem (até porque já têm a sua esplanada, como os demais), os sócios do referido café, embora teimosos, até foram cordiais comigo. O problema é que existe uma deliberação da Assembleia-geral de Condóminos que não permite, e muito bem, a ocupação daquela área por mesas, porque se trata de um CORREDOR, que serve e dá acesso a outros estabelecimentos comerciais. Existe mesmo um processo a decorrer em tribunal, por causa da teimosia dos antigos locatários em quererem ocupar aquele mesmo espaço.
Não perco mais tempo com o autor da cartinha, nem o levo a tribunal por difamação, por duas razões: a primeira, é porque o meu sonho de criança era ser Xerife de uma pequena cidade e lutar contra os ladrões, o que de certa forma já faço. A segunda, é porque uma criatura cheia de sebo emaranhado com sujeira nos ouvidos não necessita das rígidas formalidades dum tribunal. Somente de um felpudo escovilhão sanitário nos orelhões!
Foi publicada neste espaço, uma carta do leitor intitulada "O Sherif da Praça do Carmo" da autoria dum tal sr. José António Ferreira. Essa carta contém um chorrilho de mentiras e falsidades contra a minha pessoa, uma prática que já é habitual e para a qual estou blindado. Contudo, não posso ignorar nem deixar em branco as questões de HONRA. Na Antiguidade, Tucídides defendia que "um homem que permite que lhe retirem a honra, permite tudo…", enquanto que para o nosso Ramalho Ortigão, "umas boas bengaladas não retiram o agravo da desonra, mas amaciam o coiro do mariola".
O tal autor da cartinha, cheia de erros ortográficos, refere que estava na esplanada da Rua da Cooperativa Agrícola a beber uma "loirinha" com outros clientes, e que me ouvira a "vociferar impropérios" dentro de um café, porque não permitia que os donos instalassem mais uma esplanada (com s, não com x) num espaço pertença do condomínio. Também escrevinhou, que eu puxara dos galões e dissera: "Sou o presidente do condomínio deste prédio e além disso sou vereador da CMF, pelo PND".
Quem me conhece minimamente sabe, que por vezes falo alto e exalto-me, mas nunca ao ponto de ser malcriado (reconheço, para mal dos meus muitos pecados, que mais depressa dou uns batatões num biltre que o insulto). Agora o que nunca faço, em circunstância alguma, é andar por aí a vangloriar-me que sou isto ou aquilo, pelo contrário, cultivo a discrição e o recato, aliás ninguém me vê em revistas e muito menos nas festarolas do "jet set" madeirense.
Outra falsidade foi o número de clientes que assistiram à conversa. Que me lembre, só lá estava um casal de namorados e numa outra mesa, sozinha, uma senhora magra como uma cobra cuspideira de Marraquexe, muito semelhante a uma múmia egípcia ressequida, com um ar esverdeado e ausente, a lembrar a Mrs. Caddy, de Faulkner, saudosa dos tempos em que lavava pratos na grande Londres.
A doentia testemunha de café diz ainda que fui posto na rua do estabelecimento. Outra mentira descarada! Embora estivessem zangados pelo facto do condomínio não permitir que montassem mais cadeiras e mesas numa zona de passagem (até porque já têm a sua esplanada, como os demais), os sócios do referido café, embora teimosos, até foram cordiais comigo. O problema é que existe uma deliberação da Assembleia-geral de Condóminos que não permite, e muito bem, a ocupação daquela área por mesas, porque se trata de um CORREDOR, que serve e dá acesso a outros estabelecimentos comerciais. Existe mesmo um processo a decorrer em tribunal, por causa da teimosia dos antigos locatários em quererem ocupar aquele mesmo espaço.
Não perco mais tempo com o autor da cartinha, nem o levo a tribunal por difamação, por duas razões: a primeira, é porque o meu sonho de criança era ser Xerife de uma pequena cidade e lutar contra os ladrões, o que de certa forma já faço. A segunda, é porque uma criatura cheia de sebo emaranhado com sujeira nos ouvidos não necessita das rígidas formalidades dum tribunal. Somente de um felpudo escovilhão sanitário nos orelhões!
domingo, 8 de agosto de 2010
CUIDADO! Qualquer dia não ouvem o PS....
Na sua ânsia de não dar relevância a quem sabemos, o DN Madeira faz hoje dois artigos, um sobre os órgãos consultivos dos líderes partidários e outro sobre as férias dos políticos, em que o critério de escolha é o dos partidos com grupo parlamentar num caso, mas no outro nem se percebe qual é dado que falam das férias de Roberto Almada.
Pelo andar da carruagem, qualquer dia ainda têm de subir a fasquia para grupos com mais de 3 deputados, ou algo semelhante.
Mas com o brilhante segundo mandato de Jacinto Serrão no PS arriscam-se a com esse critério deixar de ouvir os socialistas.... Se calhar nessa altura terão de inventar outro critério, como relevância a nível nacional mesmo se desapatecido a nível regional....
Pelo andar da carruagem, qualquer dia ainda têm de subir a fasquia para grupos com mais de 3 deputados, ou algo semelhante.
Mas com o brilhante segundo mandato de Jacinto Serrão no PS arriscam-se a com esse critério deixar de ouvir os socialistas.... Se calhar nessa altura terão de inventar outro critério, como relevância a nível nacional mesmo se desapatecido a nível regional....
Entrevista ao juiz Paulo Barreto
Muito interessante, hoje no DN Madeira.
Como de costume, saíu baboseira...
Perante a proposta de instalação do Juízo de Família e Menores em São Vicente diz que há um problema por 95% dos processos se situarem entre Funchal e Câmara de Lobos. Mas logo a seguir vem defender a instalação em S. Vicente de um Juízo de Violência contra o Género, no caso o sexo feminino.
Nesse caso já não interessa a distância a percorrer? Ou será que a maior parte das queixas são dessa zona? Não acredito....
Como de costume, saíu baboseira...
Perante a proposta de instalação do Juízo de Família e Menores em São Vicente diz que há um problema por 95% dos processos se situarem entre Funchal e Câmara de Lobos. Mas logo a seguir vem defender a instalação em S. Vicente de um Juízo de Violência contra o Género, no caso o sexo feminino.
Nesse caso já não interessa a distância a percorrer? Ou será que a maior parte das queixas são dessa zona? Não acredito....
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
FRASE DO DIA
Dita hoje por um comerciante do Funchal, para José Manuel Coelho:
A cada vez que o vejo na Assembleia, penso que se morresse naquele instante, morreria como Jesus Cristo, no meio dos ladrões!
A cada vez que o vejo na Assembleia, penso que se morresse naquele instante, morreria como Jesus Cristo, no meio dos ladrões!
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ALRM,
José Manuel Coelho
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
Chefe chegou: acção! - artigo de Luis Calisto no DNMadeira
Queixar-se de censura resulta. só um protagonista já se impingiu 96 mil vezes nos media
Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira
"A RTP dita 'da Madeira' censurou a minha intervenção, ao contrário das [intervenções] dos outros dois oradores." Eis um expressivo traço caricatural do jornalismo 'à Madeira nova' repercutido num protesto corriqueiro do chefe do governo. O chefe, nos primórdios, certamente admitia que ninguém é a personificação da notícia, sabia que notícia é notícia, tem definição. Mas, na fermentação do regime absolutista, aferrou-se à ideia de que não pode haver na Região acontecimentos mais importantes do que o Alberto João ir à serra visitar o jamboree ou assistir ao te-deum na Sé.
Ninguém compra um jornal ou liga a TV à procura de enchidos à medida do exibicionismo de um chefe. Mas o homem tanto se enfronhou na batalha para ser visto, achando-se a 'notícia em carne e osso', que não só impôs tal teoria como acabou por se auto-convencer de que é crime desviar os holofotes da sua real figura. Daí perguntar à estação por que diabo falhou o 'Serviço Público' de meter no telejornal uma discursata sua, de todo dispensável à reportagem.
A queixa surgiu esta semana no JM, em mais um hilariante 'post scriptum'. Chefe das Angústias referia-se à cerimónia da entrega de três casas a desalojados do 20 de Fevereiro. A reportagem deu antena a Luís Filipe Vieira, porque as casas foram oferecidas pela Fundação Benfica, e a Ismael Fernandes, presidente da martirizada Ribeira Brava. Tinha o chefe algo a ver com esta diligência? Ele acha que sim, porque... ele é a 'notícia'. E que terá dito de tão decisivo na cerimónia para se queixar de "censura"? Classificou a atitude do Benfica de "exemplo cívico" e "exemplo bonito". Foi essa bombástica tautologia que a TV 'censurou'. Sejamos práticos: haveria ridículo 'post scriptum' se a reportagem mostrasse sua excelência a perorar e omitisse Filipe Vieira e Ismael?
Tem havido tentativas, geralmente mal sucedidas, para um regresso aos conceitos genuínos do jornalismo. Pondo-se em causa, por exemplo, o teor noticioso das inaugurações. Em definição linear, notícia é o que permite saber o que se desconhecia. Quem não sabe que é o chefe a presidir às eleiçoeiras inaugurações? Na verdade, depois de '365 dias vezes 32 anos' a inaugurar, notícia mesmo seria uma inauguração sem o chefe. Mostrar a importância de uma nova estrada para a população da Achada do Norte é importante. Ter sido o chefe a inaugurá-la não interessa patavina. Quer promoção? Pague. Bem, se pagar será com dinheiro dos outros...
A braços com essas não-notícias dos actos oficiais, os jornalistas, antevendo o desespero para produzir a peça, 'pedem' ao chefe do governo comentários sobre temas às vezes estapafúrdios, desde o bebé de Ronaldo à mosca da Patagónia - para terem algo de diferente. Cada qual pede uma opinião e depois... a televisão debate-se com o drama de meter o chefe três, quatro e cinco vezes no mesmo telejornal. Não há alinhamento que resista. É que, se não, ribombam os temidos telefonemas para a RTP e o 'post scriptum' no JM. Assim viceja o crónico 'telejardim', ramalhete de aparvalhantes 'posições' do chefe de que os jornais escritos mais depressa conseguem escapar, em parte. O chefe ofusca tudo. Desde que se diga que o Alberto João visitou o jamboree, que elogiou e foi elogiado, pespegando as suas diatribes largadas à margem, missão cumprida. Mesmo que o consumidor de informação fique sem perceber os propósitos e os objectivos do jamboree, as acções a correr no terreno, quem é que faz o jamboree - ou, mais grave, o que é sequer um jamboree.
O sistema está enraizado. A RTP, responsável pelo Serviço Público de TV, está obrigada a observar o 'pluralismo, o rigor, a isenção da informação, respeitando escrupulosamente os princípios da liberdade e da independência perante o poder político e o poder económico, designadamente face ao governo'. Apesar de não ser iliterato, chefe das Angústias infere que estas normas significam o seguinte: se lhe cortarem o pio num telejornal ou se puserem 'comunas' a falar, é caso de saneamento.
Chefe decide, está decidido. Entende que, como ganha eleições, pode ser 'juiz em causa própria', pode ser 'árbitro e jogador ao mesmo tempo'.
Fazendo contas tímidas, o grande líder deve ter, nesta eternidade jardineirista, aparecido em telejornais, noticiários de rádio e páginas de jornais para aí umas 96 mil vezes. Perante massacre de tal jaez, a oposição tende a desaparecer. Daí a solução de, em rodapé, a TV passar uns segundos de cada partido por dia, para tentar aplacar a desproporção. Ou seja, há um tempo de antena obrigatório a abrir o noticiário, com as inaugurações e as sentenças do chefe. E outro tempo de antena à beira do intervalo, com as acções que os partidos da oposição fazem para evitar a sua desintegração. Isto passa-se hoje na RTP como se passou com as direcções anteriores - conforme testemunho aqui presente. Ora, tempo de antena não faz parte dos noticiários. Os políticos criativos sabem como programar diligências com notícia.
Que interessa a quem está no poder? Ocupar os espíritos. Enquanto o governo discute os jornais, os jornais não discutem o governo. A Madeira é a única terra do mundo onde é a Política a criticar a Crítica, em lugar de ser a Crítica a criticar a Política. Só aqui, TV e jornais são notícia. Diária. Há 30 anos. E enquanto o asfixiante sistema boicota a missão das redacções, o povo não pensa no futuro de uma Região metida no beco sem saída onde se encontra. Na alaranjada arquiconfraria, a proliferação de adjuntos e assessores deveria, ao menos, libertar o chefe dos seus ímpetos exibicionistas. Um presidente não devia fazer de 'emplastro', a impingir-se às câmaras de TV o tempo todo. Quinta-feira, chefe foi à bola e apareceu em planos fixos, 'zoom in' e 'zoom out' mais vezes do que os marcadores de oito golos, além das citações e alusões nos comentários. Desta vez não haverá 'post scriptum'.
Resta esperar que, enquanto procura o regresso à sanidade, a Madeira não seja atirada para o abismo por esta desgovernação arrogante e jactante, suicida e bancarroteira, desprogramada, irresponsável, desregrada, individualista - dramaticamente perigosa. Quadros de reconhecida sensatez, mesmo da área maioritária, confessam temer que o colapso esteja para muito breve.
Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira
"A RTP dita 'da Madeira' censurou a minha intervenção, ao contrário das [intervenções] dos outros dois oradores." Eis um expressivo traço caricatural do jornalismo 'à Madeira nova' repercutido num protesto corriqueiro do chefe do governo. O chefe, nos primórdios, certamente admitia que ninguém é a personificação da notícia, sabia que notícia é notícia, tem definição. Mas, na fermentação do regime absolutista, aferrou-se à ideia de que não pode haver na Região acontecimentos mais importantes do que o Alberto João ir à serra visitar o jamboree ou assistir ao te-deum na Sé.
Ninguém compra um jornal ou liga a TV à procura de enchidos à medida do exibicionismo de um chefe. Mas o homem tanto se enfronhou na batalha para ser visto, achando-se a 'notícia em carne e osso', que não só impôs tal teoria como acabou por se auto-convencer de que é crime desviar os holofotes da sua real figura. Daí perguntar à estação por que diabo falhou o 'Serviço Público' de meter no telejornal uma discursata sua, de todo dispensável à reportagem.
A queixa surgiu esta semana no JM, em mais um hilariante 'post scriptum'. Chefe das Angústias referia-se à cerimónia da entrega de três casas a desalojados do 20 de Fevereiro. A reportagem deu antena a Luís Filipe Vieira, porque as casas foram oferecidas pela Fundação Benfica, e a Ismael Fernandes, presidente da martirizada Ribeira Brava. Tinha o chefe algo a ver com esta diligência? Ele acha que sim, porque... ele é a 'notícia'. E que terá dito de tão decisivo na cerimónia para se queixar de "censura"? Classificou a atitude do Benfica de "exemplo cívico" e "exemplo bonito". Foi essa bombástica tautologia que a TV 'censurou'. Sejamos práticos: haveria ridículo 'post scriptum' se a reportagem mostrasse sua excelência a perorar e omitisse Filipe Vieira e Ismael?
Tem havido tentativas, geralmente mal sucedidas, para um regresso aos conceitos genuínos do jornalismo. Pondo-se em causa, por exemplo, o teor noticioso das inaugurações. Em definição linear, notícia é o que permite saber o que se desconhecia. Quem não sabe que é o chefe a presidir às eleiçoeiras inaugurações? Na verdade, depois de '365 dias vezes 32 anos' a inaugurar, notícia mesmo seria uma inauguração sem o chefe. Mostrar a importância de uma nova estrada para a população da Achada do Norte é importante. Ter sido o chefe a inaugurá-la não interessa patavina. Quer promoção? Pague. Bem, se pagar será com dinheiro dos outros...
A braços com essas não-notícias dos actos oficiais, os jornalistas, antevendo o desespero para produzir a peça, 'pedem' ao chefe do governo comentários sobre temas às vezes estapafúrdios, desde o bebé de Ronaldo à mosca da Patagónia - para terem algo de diferente. Cada qual pede uma opinião e depois... a televisão debate-se com o drama de meter o chefe três, quatro e cinco vezes no mesmo telejornal. Não há alinhamento que resista. É que, se não, ribombam os temidos telefonemas para a RTP e o 'post scriptum' no JM. Assim viceja o crónico 'telejardim', ramalhete de aparvalhantes 'posições' do chefe de que os jornais escritos mais depressa conseguem escapar, em parte. O chefe ofusca tudo. Desde que se diga que o Alberto João visitou o jamboree, que elogiou e foi elogiado, pespegando as suas diatribes largadas à margem, missão cumprida. Mesmo que o consumidor de informação fique sem perceber os propósitos e os objectivos do jamboree, as acções a correr no terreno, quem é que faz o jamboree - ou, mais grave, o que é sequer um jamboree.
O sistema está enraizado. A RTP, responsável pelo Serviço Público de TV, está obrigada a observar o 'pluralismo, o rigor, a isenção da informação, respeitando escrupulosamente os princípios da liberdade e da independência perante o poder político e o poder económico, designadamente face ao governo'. Apesar de não ser iliterato, chefe das Angústias infere que estas normas significam o seguinte: se lhe cortarem o pio num telejornal ou se puserem 'comunas' a falar, é caso de saneamento.
Chefe decide, está decidido. Entende que, como ganha eleições, pode ser 'juiz em causa própria', pode ser 'árbitro e jogador ao mesmo tempo'.
Fazendo contas tímidas, o grande líder deve ter, nesta eternidade jardineirista, aparecido em telejornais, noticiários de rádio e páginas de jornais para aí umas 96 mil vezes. Perante massacre de tal jaez, a oposição tende a desaparecer. Daí a solução de, em rodapé, a TV passar uns segundos de cada partido por dia, para tentar aplacar a desproporção. Ou seja, há um tempo de antena obrigatório a abrir o noticiário, com as inaugurações e as sentenças do chefe. E outro tempo de antena à beira do intervalo, com as acções que os partidos da oposição fazem para evitar a sua desintegração. Isto passa-se hoje na RTP como se passou com as direcções anteriores - conforme testemunho aqui presente. Ora, tempo de antena não faz parte dos noticiários. Os políticos criativos sabem como programar diligências com notícia.
Que interessa a quem está no poder? Ocupar os espíritos. Enquanto o governo discute os jornais, os jornais não discutem o governo. A Madeira é a única terra do mundo onde é a Política a criticar a Crítica, em lugar de ser a Crítica a criticar a Política. Só aqui, TV e jornais são notícia. Diária. Há 30 anos. E enquanto o asfixiante sistema boicota a missão das redacções, o povo não pensa no futuro de uma Região metida no beco sem saída onde se encontra. Na alaranjada arquiconfraria, a proliferação de adjuntos e assessores deveria, ao menos, libertar o chefe dos seus ímpetos exibicionistas. Um presidente não devia fazer de 'emplastro', a impingir-se às câmaras de TV o tempo todo. Quinta-feira, chefe foi à bola e apareceu em planos fixos, 'zoom in' e 'zoom out' mais vezes do que os marcadores de oito golos, além das citações e alusões nos comentários. Desta vez não haverá 'post scriptum'.
Resta esperar que, enquanto procura o regresso à sanidade, a Madeira não seja atirada para o abismo por esta desgovernação arrogante e jactante, suicida e bancarroteira, desprogramada, irresponsável, desregrada, individualista - dramaticamente perigosa. Quadros de reconhecida sensatez, mesmo da área maioritária, confessam temer que o colapso esteja para muito breve.
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