quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Mentiroso do Carmo - GIL CANHA, hoje no DN Madeira

Cartas do leitor



Foi publicada neste espaço, uma carta do leitor intitulada "O Sherif da Praça do Carmo" da autoria dum tal sr. José António Ferreira. Essa carta contém um chorrilho de mentiras e falsidades contra a minha pessoa, uma prática que já é habitual e para a qual estou blindado. Contudo, não posso ignorar nem deixar em branco as questões de HONRA. Na Antiguidade, Tucídides defendia que "um homem que permite que lhe retirem a honra, permite tudo…", enquanto que para o nosso Ramalho Ortigão, "umas boas bengaladas não retiram o agravo da desonra, mas amaciam o coiro do mariola".


O tal autor da cartinha, cheia de erros ortográficos, refere que estava na esplanada da Rua da Cooperativa Agrícola a beber uma "loirinha" com outros clientes, e que me ouvira a "vociferar impropérios" dentro de um café, porque não permitia que os donos instalassem mais uma esplanada (com s, não com x) num espaço pertença do condomínio. Também escrevinhou, que eu puxara dos galões e dissera: "Sou o presidente do condomínio deste prédio e além disso sou vereador da CMF, pelo PND".

Quem me conhece minimamente sabe, que por vezes falo alto e exalto-me, mas nunca ao ponto de ser malcriado (reconheço, para mal dos meus muitos pecados, que mais depressa dou uns batatões num biltre que o insulto). Agora o que nunca faço, em circunstância alguma, é andar por aí a vangloriar-me que sou isto ou aquilo, pelo contrário, cultivo a discrição e o recato, aliás ninguém me vê em revistas e muito menos nas festarolas do "jet set" madeirense.

Outra falsidade foi o número de clientes que assistiram à conversa. Que me lembre, só lá estava um casal de namorados e numa outra mesa, sozinha, uma senhora magra como uma cobra cuspideira de Marraquexe, muito semelhante a uma múmia egípcia ressequida, com um ar esverdeado e ausente, a lembrar a Mrs. Caddy, de Faulkner, saudosa dos tempos em que lavava pratos na grande Londres.

A doentia testemunha de café diz ainda que fui posto na rua do estabelecimento. Outra mentira descarada! Embora estivessem zangados pelo facto do condomínio não permitir que montassem mais cadeiras e mesas numa zona de passagem (até porque já têm a sua esplanada, como os demais), os sócios do referido café, embora teimosos, até foram cordiais comigo. O problema é que existe uma deliberação da Assembleia-geral de Condóminos que não permite, e muito bem, a ocupação daquela área por mesas, porque se trata de um CORREDOR, que serve e dá acesso a outros estabelecimentos comerciais. Existe mesmo um processo a decorrer em tribunal, por causa da teimosia dos antigos locatários em quererem ocupar aquele mesmo espaço.

Não perco mais tempo com o autor da cartinha, nem o levo a tribunal por difamação, por duas razões: a primeira, é porque o meu sonho de criança era ser Xerife de uma pequena cidade e lutar contra os ladrões, o que de certa forma já faço. A segunda, é porque uma criatura cheia de sebo emaranhado com sujeira nos ouvidos não necessita das rígidas formalidades dum tribunal. Somente de um felpudo escovilhão sanitário nos orelhões!

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