quarta-feira, 14 de outubro de 2009

'Bocas' de Jardim provocam saída de agente da PSP



Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

Polícia natural do continente sentiu-se ofendido na sua honra e já pediu transferência

Um agente, natural do continente, oficializou esta semana um pedido de transferência para fora da Região Autónoma da Madeira, por entender que não há condições para exercer as funções policiais numa região onde o governo ofende a honra, a dignidade e a imparcialidade dos homens e mulheres que cumprem serviço no Comando Regional da PSP.

As declarações do presidente do Governo Regional nas inaugurações da semana passada, que antecederam as eleições autárquicas, 'feriram' muitas sensibilidades em praticamente toda a hierarquia do Comando.

Alberto João Jardim deixou claro que não pretendia cá polícias continentais e criticou com alguma dureza a isenção e imparcialidade da PSP, considerando que esta não o protegeu convenientemente nos actos públicos onde marcaram presença militantes do PND, numa contramanifestação que denunciava as "inaugurações eleitoralistas". A crispação política fez 'estalar o verniz' desde as altas patentes até às bases da PSP. Sobre este assunto, o porta-voz do Comando da Madeira, comissário Roberto Fernandes, já esclareceu que a instituição policial não se pronuncia sobre opiniões de entidades governamentais ou partidárias, mas isso não abafa o mal estar evidente e a indignação em praticamente todos os elementos das forças de segurança.

O agente que está de partida "é um excelente profissional que trabalha nesta região há mais de um década", refere o presidente da delegação regional da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP). A 'gota de água' chegou com as declarações polémicas de Alberto João Jardim. "Conheço o agente muito bem, ele decidiu sair depois do presidente ter dito que não queria cá polícias do continente", confirma Jorge Silva.

Embora não se possa generalizar a origem, este não é um caso único. Segundo o DIÁRIO apurou, no último ano, seis polícias destacados nas esquadras da Madeira foram transferidos, por sua manifesta vontade, para fora da Região.

23 novos não cobrem 28 saídas

Os 23 novos agentes que ontem entraram ao serviço do Comando Regional da PSP - ao abrigo do concurso nacional de reforço dos comandos do país mais carenciados - não chegam para cobrir a saída de 28 quadros do Comando da Madeira, a maioria dos quais por pré-aposentação e aposentação.

"É por isso que temos dito que 23 é um número insuficiente. São poucos para colmatar as saídas", sublinha Jorge Silva, que faz as contas: "para pré-reforma foram 14 elementos no último ano, mais algumas idas para o continente e transferências de livre vontade, dá 20. Como outros oito foram para a pré-reforma, percebe-se logo que o saldo é negativo". Por isso, diz que é um erro falar em reforço policial quando efectivamente não são contabilizadas as saídas. No espaço de um ano, o Comando Regional perdeu 28 polícias. Ontem, abriu as portas a 23 novos agentes.

A ASPP defende um plano de transferência em massa "de uma vez por todas" e não em 'conta-gotas', recordando que há ainda 79 polícias madeirense à espera de colocação por concurso. É neste contexto, onde todos são importantes, que Jorge Silva se sente agastado ao ver que há colegas seus que partem por razões ou influências externas.

ASPP aplaude actuação policial "numa fase terrível" da democracia

A ASPP não se pronunciou na semana passada (vésperas de eleições), mas vem agora a terreiro aplaudir "a actuação isenta e apartidária dos elementos da PSP que foram empenhados nas inaugurações". "A ASPP mais uma vez esteve de corpo e alma com os nossos oficias, chefes e agentes, que numa fase terrível desta jovem democracia, apresentaram-se no terreno bem preparados, mentalmente e fisicamente, mesmo depois das palavras insultuosas, vindas de alguém que devia ser o primeiro a dar o exemplo e contribuir para a manutenção da calma e da ordem", reitera Jorge Silva. À "provocação" de Alberto João Jardim, que, em comunicado, disse não reconhecer o direito ao sindicalismo às forças de segurança, Jorge Silva questiona-se se o presidente manterá a mesma opinião em relação à Polícia judiciária, uma força também ela armada. "São declarações infelizes, antidemocráticas, e aceitáveis só em outros regimes que não o nosso", classificou.


Ricardo Duarte Freitas

6 comentários:

Anónimo disse...

É esta merda de blogue que defende a democracia?!!!
Todos os comentários que não vos agradam são removids, é?
Que vocês vão todos para a CASA DO CARALHO!!!

João Carvalho Fernandes disse...

Democracia? Isso é para quem dá a cara pelo que diz, não é para covardes como tu.

Quanto aos insultos, compreendo - é disso que tens em casa... Cresce e aparece!

Andesman disse...

O Ministério da Administração Interna logo após as bocas descriminatórias de Jardim devia ter mandado regressar ao Continente todos os graduados e agentes PSP dali oriundos.

Anónimo disse...

Ò Sr.Andesman!
«O Ministério da Administração Interna logo após as bocas descriminatórias de Jardim devia ter mandado regressar ao Continente todos os graduados e agentes PSP dali oriundos»?!!! Você está a brincar ou a falar a sério?!!! E o que fazia o MAI co m eles?! Mandava-os para o desemprego?!! Tenha dó por favor!!!!

PS: Era uma forma de fazermos regressar os "nossos" agentes e oficiais que não conseguiram colocação na Região, à pala desses...

Xavelha disse...

Senhor anónimo das 20:18 eu não tenho nada com estas "guerras" mas vou meter a foice em seara alheia: "para "fazer regressar" os "nossos" agentes e oficiais que não conseguiram colocação na Região à pala desses...": era necessário saber se esses "nossos" agentes e oficiais queriam mesmo regressar à sua terra para aturarem a prepotência de quem não têm competência para mandar neles.

João Carvalho Fernandes disse...

Informação adicional para um idiota anónimo que aqui vem:

1. Vivo do meu ordenado - não recebo seja o que for do PND, antes pelo contrário.

2. Como é que fugi da Madeira, se nasci e sempre vivi em Lisboa?

3. Quando assumires quem és, os teus comentarios, apesar de parvos e mal escritos, desde que não contenham asneiras e ofensas, deixarão de ser apagados!

 
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