terça-feira, 13 de julho de 2010

Em 4 anos, nada mudou....

Uma entrevista de Eduardo Welsh a Roberto Bruno Meijer Loja na dissertação LIBERDADES DE IMPRENSA E DE EXPRESSÃO NA MADEIRA

P. Liberdade de imprensa. Trata-se de algo que existe na Madeira?

R. A liberdade de imprensa, de facto, existe na Madeira. Mas existe quando é criada independentemente. Nós (Garajau) publicamos coisas muito contundentes e controversas. Mas nos média dominante não existe. Havia a impressão que existia liberdade, mas começamos depois a constatar que era tudo controlado, que havia muitas omissões, que havia muitas coisas que não chegavam ao publico, havia outras que chegavam, mas sem os nomes, ou sem a informação mais comprometedora e que de facto… no Jornal da Madeira não existia, e o Diário de Notícias estava controlado, o que “fechava” os dois diários. Chegamos pois à conclusão que não havia (liberdade de imprensa), e por isso criamos uma coisa alternativa.

P. As coisas não acontecem normalmente por uma única razão, mas quando afirma que o Jornal e o Diário estavam controlados, é porque o Governo faz um grande esforço por controlá-los, ou porque os jornalistas se deixam controlar?

R. O Jornal da Madeira é controlado directamente, e quem trabalha lá presta-se a isso. No Diário de Notícias é mais complicado, há um controlo indirecto, havendo uma negociação de interesses, a nível certamente do director, e até dos “donos”, que também nunca expressaram, nunca responderam a qualquer acusação que lhe tenha sido feita pelo Governo Regional. Adoptaram sempre uma posição de subordinação que os tem beneficiado.

P. Mas curiosamente, os resultados do inquérito aos jornalistas referem a existência de maiores pressões sobre jornalistas do Diário de Notícias do que sobre os do Jornal da Madeira…

R. Os jornalistas do Diário de Notícias têm uma expectativa de trabalharem num órgão independente. Os do Jornal da Madeira já sabem o que os espera. Mas há vários jornalistas que saíram do Jornal da Madeira, e referem ter verificado uma mudança para melhor.

P. A postura do GR é conducente a maior liberdade, e a uma maior intervenção do público na gestão da coisa pública? Ou as pessoas hesitam em intervir?

R. Claro (que hesitam), porque há mecanismos de represálias, a par de mecanismos de dependência. E há anos que ninguém cria ondas, ou estas são criadas de forma muito limitada. Há uma aparência de normalidade, que nunca chega a culminar numa situação… normal.

Sem comentários:

 
Free counter and web stats
Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!