quarta-feira, 7 de julho de 2010

MUIIIIIIIITO INTERESSANTE!

Contas com 500 anos

Jardim mandou calcular o 'deve e o haver' da Madeira desde o século XV



Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira

De "importância prioritária" é como Alberto João Jardim classifica a tarefa atribuída a uma equipa, que será liderada pelo historiador Alberto Vieira e deverá calcular o 'Deve e o Haver das Finanças da Madeira entre os séculos XV e XXI'. Um cálculo curioso, de execução difícil, mas que consta de um despacho (nº 11/2010) da Quinta Vigia, datado de 26 de Maio e que vai assinado pelo presidente do Governo Regional.

A conta daquilo que terá sido retirado à Madeira, através de impostos e exportações de vinho, açúcar e outros produtos, é considerado urgente e, como é possível ler no despacho, "deve ser concretizado com a maior brevidade possível".

Para isso, serão destacados os "professores necessários para o efeito" - não há qualquer limite estabelecido - e "todos os departamentos do Governo Regional, bem como todas as entidades sob sua tutela, prestarão as adequadas e necessárias facilidades".

Além de não colocar qualquer limite ao destacamento de especialistas para esta tarefa, o GR também autoriza os estágios profissionais dos licenciados "considerados necessários à concretização deste projecto".

As verbas necessárias também devem ser rapidamente desbloqueadas, segundo as ordens de Alberto João Jardim.
O objectivo desta avaliação do 'deve e haver' da Madeira, ao longo de mais de 500 anos, parece ser determinar quanto terá sido 'levado' pelo poder central, desde o início da colonização até os dias de hoje. Um argumento que poderia ser esgrimido numa nova disputa em torno das transferências do Estado para a Região. O cálculo pedido por Jardim terá em conta as diferentes moedas que foram utilizadas, ao longo de séculos, a desvalorização e valorização monetária, inflação, preço de produtos, custos de transporte, entre muitas mais alíneas. Uma tarefa que parece muito difícil .

"Absolutamente inaudito"

O grupo parlamentar do PS-M já reagiu a este despacho do presidente do Governo e considera-o "absolutamente inaudito".
André Escórcio, líder da bancada socialista na Assembleia Legislativa, não tem dúvidas de que esta decisão do GR é "mais uma prova do descrédito" de uma governação que não consegue libertar-se "do conceito de permanente guerrilha institucional".

O deputado socialista admite que esteja a ser preparado o terreno para, "munindo-se de dados fabricados à medida" deferir novos ataques à República.
Escórcio pergunta qual o interesse de estudar contas de mais de 500 anos de História. "Quererá o Governo regressar à velha e gasta historieta da independência", pergunta.

O PS-M também interpreta este despacho como uma forma de, com o aproximar das eleições regionais e utilizando o dinheiro público, "enganar as pessoas com contas absolutamente estúpidas e descontextualizadas".

O líder parlamentar do PS-M desafia o Governo Regional a preocupar-se, primeiro, "com as actuais finanças públicas" e a encontrar medidas para enfrentar os "monstruosos encargos que estão por pagar".

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