quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Líder da Jerónimo Martins aponta demagogia a Sócrates



Com a devida vénia à RTP

O presidente da Jerónimo Martins acusou o primeiro-ministro José Sócrates de ter optado pela via da demagogia, criando condições para o agravamento da crise actual. Num dia em que deixou a promessa de apenas recorrer a despedimentos como último recurso do grupo, Alexandre Soares dos Santos não poupou críticas aos deputados da nação, a quem aponta grave inacção.

O líder da Jerónimo Martins, empresa que mantém um quadro de 25 mil trabalhadores, utilizou um estilo duro e directo quando no congresso do 10.º aniversário da Associação das Empresas Familiares comentava a intenção anunciada pelo primeiro-ministro José Sócrates de passar a aumentar os impostos das classes ricas para aliviar os mais desfavorecidos.

Pouco crente na iniciativa do Executivo Sócrates, o empresário sustentou que a actual crise acaba por ser agravada pela "demagogia que o senhor primeiro-ministro está empregando neste momento".

São "absolutamente intoleráveis" as declarações que partem do Governo "quando vem falar em como os ricos deveriam ajudar os pobres", lamentou Alexandre Soares dos Santos, referindo-se ao anúncio feito pelo primeiro-ministro este domingo durante a apresentação no Porto da sua moção ao congresso "PS: A Força da Mudança".

O empresário alinha assim nas críticas feitas ao Executivo Sócrates pela líder do PSD e da Oposição.

Falando de uma "pura fantasia", Manuela Ferreira Leite considerou a proposta de José Sócrates para cortar benefícios fiscais dos mais ricos insuficiente para ajudar a classe média.

Parlamento não escapa à crítica de Soares dos Santos

O líder da Jerónimo Martins encontrou ainda espaço para apontar outros responsáveis pela actual conjuntura, não poupando "um Parlamento que nada discute e nada controla" e que, sustenta, ocupa o seu horário em assuntos que não constituem prioridade para o país.

"Temos um Parlamento que, em vez de ser o lugar de preferência para controlar as acções do Executivo, limita-se a discutir casamentos de homossexuais e sei lá o quê, como se isso fosse uma prioridade do país", verberou o empresário.

Combate à crise não será feito à custa de postos de trabalho

Perante os sinais de que a crise está para durar no tecido empresarial português, Alexandre Soares dos Santos prometeu que o grupo Jerónimo Martins não tem intenção de deitar mão dos despedimentos para fazer face aos tempos difíceis.

Garante o presidente da Jerónimo Martins que, "se a crise chegar ao pior", existe no grupo que lidera um leque de opções antes da diminuição do quadro de funcionários.

Uma das medidas já decidida é o congelamento de todos os planos de expansão até 2010.

"Não faremos despedimentos senão numa altura em que foi tudo, foram-se os anéis", assegurou Soares dos Santos para enumerar as opções que acredita dispor: "cortar nos investimentos sim, não estar dependente do crédito bancário, reduzir os salários dos quadros primeiro e, numa segunda fase, se isto não der, fazer um acordo com os trabalhadores para reduzir os salários".

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