sábado, 7 de fevereiro de 2009

SENHORES AUTARCAS, NÃO SE ESQUEÇAM DE CONTRATAR MAIS VEZES ESTA "EMPRESA"



Mais uma maravilha da Madeira Nova!

Com a devida vénia ao Diário de Notícias da Madeira e a Orlando Drumond

Cantarias são "irreparáveis"
"São danos irreversíveis, Não há volta a dar, não há milagres", diz João Baptista


A colocação de buchas metálicas nas pedras de cantaria do Solar dos Herédias, o edifício secular classificado de Monumento de Interesse Municipal, onde estão sedeados os Paços do Concelho da Ribeira Brava, não tem forma de ser reparada. "São danos irreparáveis e irreversíveis. Não há volta a dar, porque não há milagres". Quem o diz é o especialista em cantarias, o geólogo e investigador na Universidade de Aveiro, João Baptista.

Os buracos nas paredes de reboco do emblemático Solar dos Herédias para 'segurar' as gambiarras já foram entretanto tapados e as paredes 'pintadas de fresco'. O atentado registado por ocasião da colocação das iluminações decorativas do Natal está parcialmente recuperado. Sobraram, contudo, os furos realizados nas cantarias que envolvem as portas e janelas da parte frontal do edifício que outrora foi residência do visconde, o fundador do concelho. Nas pedras de cantaria ficaram os indisfarçáveis furos e as respectivas buchas metálicas.

São os efeitos daquela que bem se pode classificar como uma atitude condizente com a 'idade da pedra' e que, pelos vistos, ficaram também para a História. O docente universitário explica as consequências: "As buchas metálicas, que normalmente são de má qualidade, depois com o tempo oxidam e ao oxidar aumentam o volume e acabam por provocar outro tipo de patologia na pedra, nomeadamente a lascagem do bloco, entre outras".

"A oxidação acaba por partir a pedra, provocando também muitas vezes aquelas manchas castanho-amareladas ou castanho-avermelhadas, devido à oxidação do ferro, aquilo que vulgarmente chamamos de ferrugem", complementa o especialista.

João Baptista lamenta que o verificado na Ribeira Brava seja mais um caso a juntar a muitos outros. "Isto é um fenómeno que se vê em todos os concelhos e em vários edifícios classificados. Infelizmente, o que não falta são monumentos com o desrespeito total pela pedra e pelas pessoas que no passado trabalharam na edificação destes monumentos. Há uma listagem infindável", assegura o geólogo.

Actualmente na Universidade de Aveiro, o estudioso considera que "a atitude e o respeito perante o património edificado têm de ser outros. Devia haver outro tipo de fiscalização e de consciência das pessoas", apela. Enquanto tal não acontece, lamenta que "sempre que há iluminações nas quadras festivas, que não só no Natal, a situação repete-se. É uma atrocidade".

Orlando Drumond

1 comentário:

Anónimo disse...

O Senhor "Engº das rochas" é que sabe. Ah, e eu concordo.

 
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