domingo, 9 de novembro de 2008

Ainda há quem chame a isto democracia - Pedro Correia

in: Corta-fitas

O líder do grupo parlamentar do PSD na Madeira, Jaime Ramos, chama o que quer aos adversários políticos - vadios, ladrões, chulos... Houve até uma célebre intervenção sua em que comparou um deputado da oposição a uns animais africanos de grande porte. Ninguém da mesa da Assembleia Legislativa Regional lhe tirou a palavra e muito menos o impediu de frequentar as instalações do parlamento. Alberto João Jardim, nas raras vezes em que se digna deslocar ao hemiciclo, não se coíbe também de insultar os adversários, chamando-lhes "fascistas" em voz bem audível: como é óbvio, ninguém lhe travou a fala. No parlamento madeirense é assim: existe um critério para o partido do Governo, outro para as oposições. "Na Madeira não há estado de direito", sustenta Baltazar Aguiar, dirigente do PND/Madeira, em entrevista à edição de sexta do Diário de Noticias.

E concretiza: "Há o esvaziamento total das funções dos deputados e dos direitos de iniciativa política. Por outro lado, o novo regimento vai introduzir a censura prévia. A Mesa pode rejeitar votos apresentados pelos deputados com base em critérios técnicos do bom ou do mau gosto da linguagem utilizada. Há mais de dez debates requeridos e não há agendamento. O Governo não vem. Nem sequer os elementos que pedimos ao Governos nos são facultados."

Por quanto tempo o Presidente da República permanecerá calado?

1 comentário:

Anónimo disse...

Luís Filipe Malheiro, homem próximo de Jardim desde as primeiras horas, e com responsabilidades na Comissão Política do PSD-Madeira, habituou-nos a um registo racional e de tempero comedido, sem disfarçar o natural desconforto dos desaires e apetites dos seus pares partidários mais saloios. Um homem com as responsabilidades dele, quer no partido, quer na Assembleia, só pode sentir um grande incómodo, ainda que não tenha responsabilidade directa na patetice criada.
Este recente episódio do deputado Coelho colocou-o numa posição ainda mais ingrata, pois se não bastasse ser ele Chefe de Gabinete do Presidente da Assembleia e engolir os sapos de Jaime Ramos, o homem ainda é cunhado do Gil Canha, próximo do PND-Madeira e um dos directores do quinzenário "sério e cruel" O Garajau que satiriza até à exaustão a vida política madeirense.
Até aqui nada de novo, e o homem lá vai gerindo toda esta amálgama de sensibilidades e sobretudo tem mostrado alguma coerência nos vários planos em que se move. É escutado e faz pensar. Pois isto de misturar política com relações pessoais, é sinónimo de imaturidade, não apenas democrática, mas fundamentalmente pessoal. Infelizmente encontramos muitos destes maus exemplos por aí espalhados.
Contudo o LFM no seu espaço pessoal "Ultraperiferias", não resiste a apaziguar e a relevar o gravíssimo erro de palmatória que o seu partido protagonizou. É uma missão inglória, só sanável com a intercessão dalgum Santo das causas perdidas.
Aposto que terá feito um esforço enorme para não desancar sem dó nem piedade sobre a liderança do grupo parlamentar, (aliás como costuma fazer com as peripécias de Albuquerque e de outros mais), contudo outros demónios poderiam ser exorcizados, e por agora não vale a pena alimentar o fogo.

 
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