O Diário de Notícias da Madeira relembra hoje um pouco da triste história da ALM. Como podem ler, mais uma vez a culpa é exclusivamente do PND:
Historial de episódios negativos na ALM
Data: 11-11-2008
A Madeira voltou a abrir telejornais nacionais. Foi primeira páginas em vários jornais e ocupou largos minutos de emissão de rádio, um pouco por todo o país. Mas, uma vez mais, pelas piores razões. Desta feita a projecção da má imagem da Região esteve associada à exibição da bandeira nazi na Assembleia, por José Manuel Coelho, respectivas reacções por parte do PSD e demais actores políticos regionais.
Ao longo dos anos, o Parlamento tem rivalizado com Jardim o protagonismo na divulgação nacional de uma má imagem da Madeira. Por vezes, os dois parecem conjugar esforços nesse sentido.
Logo nos anos 80, Martins Júnior terá apanhado uma joelhada de Jorge Jardim Fernandes, alegadamente devido ao caso das pratas da Assembleia. Mas poderá ter havido questões pessoais levadas a plenário na origem. O padre de Machico ainda viria a ser alvo de outra agressão, desta feita por Egídio Pita.
Nos anos 90, uma 'partida' do PSD viria a dar que falar. Quando pela primeira vez o PCP conseguiu eleger Edgar Silva e Leonel Nunes, o PSD decidiu sentá-los no meio do grupo parlamentar do PS. Um à frente, outro atrás. Os dois deputados mantiveram-se de pé na sala, até que o PSD recuou.
PSD à esquerda e o resto à direita
Sobre os lugares, em anterior legislatura o PSD voltou a agir. Ao contrário do que acontece habitualmente nos parlamentos democráticos, os social-democratas decidiram sentar-se à esquerda e pôr a oposição toda à direita. Só o PP ficou no sítio certo. Até hoje.
Também nos anos 90, Gregório Gouveia entrou na Assembleia com uma máquina de filmar, mas o PSD impediu de registar imagens, Foi na altura do famoso 'défice democrático'.
Poucos anos depois, durante a discussão de um Orçamento e Plano, Jardim chamou "fósforo queimado" ao deputado Fernão Freitas. Logo a seguir, nos corredores, ia havendo pancadaria entre o ofendido e o secretário Francisco Santos. Salvou a interposição de José Manuel Rodrigues.
Mais tarde, ouviu-se no Parlamento Coito Pita e Violante Matos a falarem dos casamentos, um dos outro, e Jaime Ramos a chamar "vaca" a Rita pestana.
Pelo presidente do grupo parlamentar do PSD passam vários episódios pouco abonatórios para o Parlamento. Foi Jaime Ramos quem chamou "chulo da sociedade" a Edgar Silva, tendo-o acusado de "roubar as igrejas", de viver à custa da sociedade e de nunca ter pago impostos. O caso está em tribunal.
Em 2004, noutra discussão do Orçamento e Plano, Jaime Ramos chamou "burro" a Serrão. Este respondeu à letra e acabou por afirmar: "Antes de vires para o poder andavas a vender sifões e retretes". Em 2006, o líder dos social-democratas quase chegava a vias de facto com Bernardo Martins, numa reunião de líderes. Após uma discussão entre Violante Matos e Jaime Ramos valeu a intervenção de alguns dos presentes para evitar as agressões físicas. É outro caso que está em tribunal.
A Assembleia madeirense voltou a ser notícia nacional quando, em Fevereiro do mesmo ano, o PSD, através de Coito Pita, decide aprovar um requerimento para avaliação "das faculdades mentais do senhor deputado João Carlos Gouveia, até, sobretudo, no interesse do próprio".
Já este ano foi inaugurada a era Coelho. O deputado tem assumido um papel provocador e conseguido que o PSD reaja de forma pouco favorável à imagem da ALM. O deputado já recusou se calar perante as ordens do Presidente da ALM.
Para protestar contra as alterações ao Regimento, que retiraram tempo aos deputados, foi de relógio ao pescoço, o que originou indignação nas hostes do poder e interrupção do plenário. Na semana passada foi a vez da exibição de uma bandeira nazi, o que levou à sua expulsão, decidida ilegalmente pelo PSD, e posterior adiamento dos plenários.
Pelo caminho fica uma interpelação ao presidente do parlamento da Catalunha, que foi considerado por Miguel Mendonça como indelicada. Jardim e vários deputados abandonaram o salão nobre, onde decorria a conferência.
Dia da Região e 25 de Abril
As cerimónias do dia da Região e do 25 de Abril têm sido momento de aparecimento nos noticiários nacionais, novamente por más razões.
Antes o 25 de Abril era assinalado na Assembleia. Depois continuou a sê-lo, mas a 24 ou a 26, por decisão do PSD. Numa dessas comemorações, Coito Pita atirou um cravo deixado no palanque por Bernardo Martins. A flor ficou ao lado, mas o falatório nacional não se fez esperar. Depois foi a decisão de não comemorar de todo o 25 de Abril. Só a oposição, primeiro em conjunto e depois separada, continuou a fazê-lo.
Há três anos, o Parlamento decidiu passar a comemorar o dia da Região pelos diferentes concelhos. Mas, ao mesmo tempo, o PSD decidiu mudar a fórmula, o que retirou o direito da oposição a intervir. Desde então, essa comemorações têm sido marcadas pelo boicote da oposição.
Jardim e o Jackpot
A imagem da Assembleia tem passado também muito por Jardim. O presidente do Governo que se recusa a ir ao parlamento, tanto quanto devia, é o mesmo que já chamou "bando de loucos" aos deputados. Foi antes da visita de Cavaco à Região, em Abril deste ano.
A oposição ainda desejou uma tomada de posição do Presidente da República, mas o que aconteceu foi Cavaco elogiar as autonomias. Nada que surpreende-se face aos prévios elogios de Jaime Gama a Jardim.
A imagem da Assembleia sai lesada também pelo chamado jackpot parlamentar. Os deputados madeirenses 'valem' muito mais para o seu partido do que os nacionais. Um deputado madeirense corresponde a uma transferência mensal de 15 vezes o salário mínimo nacional. Um escândalo, consideram muitos.
É com este cenário que se reúnem esta manhã os líderes parlamentares para decidirem o futuro imediato da Assembleia.
Élvio Passos
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