Vale a pena também ler a análise no olho de fogo:
Radicalização no parlamento da Madeira
Radicalização no parlamento da Madeira II
Radicalização no parlamento da Madeira III
Realço estes excertos:
O facto de o PND ter conseguido eleger um deputado é sinal do crescimento do número de rebeldes. Gente que se fartou de ser espezinhada e humilhada. A escolha coloca-se entre submissão ou rebeldia. Escolheram o segundo caminho, que evita o dobrar da "espinha" e traz conforto psicológico quando consegue irritar a outra parte. Recorde-se que o presidente do Governo Regional terá dito, recentemente, que o seu desporto favorito é «irritar as pessoas». Também o do José Manuel Coelho.
Se o objectivo do PND era suscitar e expor a prepotência da maioria absoluta parlamentar madeirense e, com isso, provocar um estrondo mediático ao nível nacional, a estratégia teve um absoluto sucesso. O assunto abriu, por exemplo, o telejornal da RTP1 e foram-lhe dedicados mais de oito minutos. Atirou, para segundo plano, a discussão do Orçamento de Estado. Deve estar contente José Sócrates.
A maioria absoluta de 30 anos do PSD Madeira e a passividade da sociedade civil sobre os actos da governação leva os social-democratas a descuidarem-se, a se julgarem intocáveis, ao "quero, posso e mando". Fica tudo à mostra.
Apesar de censurável, o deputado do PND não cometeu nenhum crime, sendo a suspensão do mandato parlamentar uma «situação grave», como refere o constitucionalista Paulo Pinto Albuquerque.
O acto é, em si, gravíssimo. O constitucionalista Paulo Pinto Albuquerque, há pouco na RTP2, sublinhou a «situação grave», ao ponto de justificar a intervenção do Presidente da República, inclusive a opção pela dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira, ao contrário do que opinou o Representante da República.
Porque foi posto em causa o mandato popular por uma decisão ilegal e insconstitucional por parte da maioria parlamentar do PSD Madeira, que não pode ser branqueada ou "desdramatizada".
Paulo Pinto Albuquerque afirmou, categoricamente, que o «deputado [José Manuel Coelho] não cometeu nenhum crime», o que significa que não poderá vir a ser condenado pela justiça. Será engraçado ver a ALM a não funcionar até ao dia em que, eventualmente, o deputado venha a ser, definitivamente, acusado.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
RADICALIZAÇÃO NO PARLAMENTO DA MADEIRA - NÉLIO DE SOUSA
Etiquetas:
ALRM,
Défice Democrático,
José Manuel Coelho
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2 comentários:
Ontem no Par(a)lamento Madeirense passou em branco uma traiçoeira agressão de um deputado do PSD-M ao líder do PND, Baltazar Gonçalves.
Quando Baltazar Gonçalves (Deputado com o mandato suspenso e que deu lugar a José Manuel Coelho) estava a sair da zona destinada ao público, escoltado/acompanhado pela PSP, onde dircursou e bem com veemência contra a inconstitucional decisão da ALM de proibir a entrada do Deputado José Manuel Coelho, foi agredido, pelas costas, com um cobarde pontapé pelo Deputado do PSD-M Rui Miguel Moura Coelho, homem de mão de Jaime Ramos e Jaime Filipe Ramos.
A RTP-M filmou esta situação e chegou a transmiti-la, mas obviamente que depois a situação foi esquecida e a própria imprensa da Região (jornais e rádios) fizeram de conta que não foi nada, como se fosse normal um Deputado andar a dar pontapés dentro da Assembleia.
O Deputado do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, já se prontificou para testemunha desta agressão, só que neste caso o PSD-M não vai retirar a imunidade do pontapeador.
Agradecia a publicação deste texto encimado pela foto do dito imbecil - que se pode encontrar no site da ALM - pois já chega de branqueamento/esquecimento de 30 e tal anos deste tipo de comportamentos, como se fosse o PND e o Deputado Coelho quem primeiro e durante anos a fio desrespeitassem a Assembleia Legislativa e outros órgãos de soberania, além de adversários políticos.
Emanuel Bento
Engraçado é nós, pobre povo (ainda iludido), continuarmos a descontar todos os meses do nosso miserável salário, a fortuna que estes senhores levam mensalmente para casa sem fazer nenhum. Assim até vem mesmo a calhar. São umas férias pagas e, agora que se aproxima o Natal, até dá jeito pra ir à Rua Augusta comprar umas prendinhas para os amigos.Até quando???
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