“El Pibe”, o maior jogador de futebol de todos os tempos, a exemplo de outros grandes homens, como Sigmund Freud, foi um narigudo cocainómano. E a propósito dos seus frequentes tratamentos de desintoxicação de drogas disse: na clínica, há um tipo que diz que é Napoleão e outro que pensa que é São Martinho. Quando digo que sou Maradona, eles não acreditam».
Esta bem-humorada tirada, quase tão fabulosa como o célebre golo que marcou no Mundial de 1986 no México contra a Inglaterra e que a própria FIFA considerou o melhor de sempre, faz-me pensar em Miguel Mendonça, Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.
O problema de Miguel Mendonça é só um. Este e mas nenhum. Ao contrário de “El Pibe”, que é, de facto, Maradona, o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, é como o Napoleão e o São Martinho, julgam que são sem o serem, independentemente de aqui até estar a tratá-lo como tal, coisa que faço por ter sido educado a ter pena e consideração pelos pobres de espírito, além de que sempre ouvi dizer que mais vale não contrariar algumas pancadas que por aí andam, não vá fazerem-nos alguma.
Miguel Mendonça não passa de um acessório, uma peça decorativa, que se tira e se põe, conforme a vontade de quem realmente manda naquela Assembleia Legislativa, que são, nada mais e nada menos, do que Alberto João Jardim e Jaime Ramos.
Na sua ficção, que constrói com todo o empenho, dando ar de cavalheiro educado, projectando quase a imagem de um “gentleman”, deve mesmo fazer de conta que é a primeira figura da Região e que os madeirenses o respeitam, quando nada disso acontece, como temos visto ao longo dos anos. É um pau mandado que tem de obedecer a tudo, caso queira ser reeleito fantoche-mor do regime.
Imagino eu que lhe deva custar ter que aturar tanta idiotice, a começar pela sua própria bancada parlamentar e que, em casa, deva lavar as mãos durante horas a fio até se sentir purificado. Mas a vaidade tem destas maçadas. Temos que comer e calar, mesmo que seja para viver uma fantasia. A de ser Presidente da Assembleia Legislativa.
Eu cá, quando for grande, também tenho uma fantasia. A de me proibirem o casamento com uma menina de boas famílias, não melhor do que a minha, que não existe, apenas mais rica, que a minha só me vai deixar de herança o caminho para andar. É que, depois, assim não casando, talvez me dêem uma recompensa. A de presidente de uma qualquer porcaria…
EMANUEL BENTO
Publicado na famosa edição do Garajau da passada sexta em que o Alberto João Jardim aparece vestido à Adolfo
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1 comentário:
E essa coragem toda não vai ter custos?
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