in: Câmara Corporativa
Ficou célebre a greve do Governo desencadeada pelo Almirante Pinheiro de Azevedo em 1975. Na altura, o clima de agitação política pré-insurreccional explicava tudo.
O que ainda não se tinha visto em regime democrático estabilizado era a auto-suspensão de um órgão cujos membros foram eleitos pelo povo e o representam. Pois é, sucedeu agora exactamente na Madeira, chefiada por esse fenómeno de “apego” à democracia que se chama Alberto João Jardim.
Um deputado da oposição (de um pequeno e ignaro partido) desfraldou, como já aqui dei nota, uma bandeira nazi. Queria o deputado com esse gesto chamar a atenção para o autoritarismo e a prática ditatorial do PSD da Madeira.
O gesto foi de mau gosto e não prestigia a Assembleia Regional. Talvez seja uma injúria ou outro ilícito qualquer. Mas o que tem mesmo graça é que o PSD se encarregou de rapidamente mostrar a “razão” que assistia ao manifestante.
Contra a Constituição da República e contra a lei, o presidente da Assembleia Legislativa Regional, um homem da confiança de Alberto João, encarregou-se de suspender imediatamente o deputado ao abrigo (?) de uma norma regimental. A fundamentação foi risível: “Para grandes males, grandes remédios”, disse o preclaro presidente.
Depois de lhe cair o Carmo e a Trindade em cima, o presidente da Assembleia Legislativa Regional foi obrigado a recuar. Mas rapidamente encontrou a solução: suspendeu toda a Assembleia Regional, decisão acertada porque não se percebe para que serve a Assembleia Legislativa numa região em que só um homem manda em tudo.
Talvez o melhor fosse mesmo, na sequência deste golpe de Estado, plebiscitar o “Napoleão” da Madeira e acabar de vez com essas miudezas: nem Assembleia Legislativa, nem Governo, nem representante da República. Todo o poder (executivo, legislativo e histriónico) ao Dr. Alberto João Jardim. A bem da Região!
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